Reunião com 800 oficiais de alto escalão mostra que EUA está se preparando para uma guerra interna e global; veja vídeo
Mundo – Em um evento sem precedentes na Base do Corpo de Fuzileiros Navais de Quantico, na Virgínia, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, reuniu mais de 800 oficiais de alto escalão — incluindo generais, almirantes e brigadeiros de todo o mundo — na última terça-feira (30 de setembro).
A convocação de última hora, que custou milhões em logística, foi marcada por um discurso de uma hora de Hegseth e uma fala de 72 minutos do presidente Donald Trump, que revelaram planos ambiciosos e controversos para reformar o Departamento de Defesa, agora renomeado como Departamento de Guerra.
Hegseth apresentou um plano de 10 pontos focado em reforçar a “doutrina de letalidade”, com testes físicos rigorosos, aumento no recrutamento e eliminação de políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), que ele classificou como “woke”. O discurso de Trump foi ainda mais enfático, prometendo US$ 1 trilhão em gastos militares para 2026 e destacando a necessidade de preparação para conflitos globais e internos. Ele reiterou a narrativa de um “inimigo interno”, citando cidades americanas como Chicago, Atlanta e Los Angeles como focos de “crime e distúrbios civis” que exigiriam intervenção militar.
A proposta de usar cidades urbanas como campos de treinamento para tropas, incluindo a Guarda Nacional, gerou alarme entre líderes democratas e veteranos. Prefeitos de cidades citadas, como Brandon Johnson, de Chicago, acusaram o governo de ameaçar a democracia com a militarização de áreas civis. No âmbito global, analistas apontam que o foco em conflitos internos pode gerar tensões com aliados, como a Índia, em um momento de preocupações com potências como a China.
O evento, descrito como um “comício político” por críticos, aprofundou divisões no Pentágono. Generais aposentados, como Mark Hertling, declararam que o exército “não executará ordens ilegais”, enquanto apoiadores de Trump no X elogiaram a postura como uma “resposta dura ao crime”. A reunião ocorre em meio a um shutdown governamental, que atrasa pagamentos de tropas, aumentando a pressão sobre a liderança militar.


