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‘Night Stalkers’: grupo de elite dos EUA que matou Bin Laden é visto no Caribe, próximo da Venezuela

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‘Night Stalkers’: grupo de elite dos EUA que matou Bin Laden é visto no Caribe, próximo da Venezuela

Mundo – Uma movimentação militar inusitada reacendeu as tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela nesta semana. Helicópteros da unidade de elite norte-americana Night Stalkers — o lendário 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR) — foram vistos realizando manobras a menos de 150 quilômetros da costa venezuelana, em uma região próxima a plataformas de petróleo e gás. As operações coincidem com uma nova escalada militar ordenada pelo presidente Donald Trump, que tem endurecido o discurso contra o regime de Nicolás Maduro, na esteira de sua política de “tolerância zero” com governos considerados hostis à Casa Branca.

Registros publicados no X (antigo Twitter) mostram imagens noturnas dos helicópteros, com faróis infravermelhos e luzes de navegação desligadas — técnica típica de missões secretas. O próprio Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos publicou um comunicado confirmando a realização de “treinamentos estratégicos no Caribe”, sem especificar o local exato das operações.

Os Night Stalkers são uma das unidades mais temidas e enigmáticas do exército norte-americano. Criado nos anos 1980, após o fracasso da operação de resgate de reféns no Irã, o SOAR nasceu com o propósito de executar missões de infiltração, resgate e eliminação de alvos de alto valor em ambientes hostis, geralmente sob total escuridão. Seu lema — “Death Waits in the Dark” (“A morte espera na escuridão”) — resume o tipo de guerra que travam: silenciosa, precisa e letal.

Foi justamente essa unidade que, em 2011, ganhou projeção mundial por transportar a equipe da Navy SEAL Team 6 até Abbottabad, no Paquistão, na operação que culminou na morte de Osama bin Laden. Desde então, o grupo tem atuado em missões secretas em zonas de conflito, sempre longe dos holofotes e com helicópteros modificados para evitar detecção por radares.

Os equipamentos utilizados pelos Night Stalkers incluem modelos MH-60 Black Hawk, MH-47 Chinook e MH-6/AH-6 Little Bird, aeronaves projetadas para voar a baixíssima altitude e em total silêncio, frequentemente usadas para infiltrar forças especiais ou realizar resgates de alto risco. A unidade também conta com uma divisão dedicada a drones de reconhecimento, capazes de captar imagens e dados estratégicos em tempo real.

A presença do grupo no Caribe, no entanto, não parece ser apenas um exercício de rotina. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, confirmou que no último domingo (19), as forças norte-americanas destruíram uma embarcação no mar do Caribe, operação que, segundo o Pentágono, resultou na morte de três tripulantes ligados ao Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo guerrilheiro colombiano. Foi a quinta ofensiva dos Estados Unidos desde agosto, todas sob a justificativa de combate ao narcotráfico internacional — mas esta foi a primeira contra uma embarcação de origem colombiana.

Em postagem no X, Hegseth comparou os cartéis de drogas latino-americanos à Al Qaeda, reforçando o discurso de Trump de que o tráfico na América do Sul representa uma ameaça direta à segurança nacional dos EUA. Essa narrativa tem sido usada para justificar operações militares cada vez mais próximas da Venezuela, país que Washington acusa de abrigar líderes de organizações criminosas e de permitir o tráfico de cocaína via Caribe.

A retórica do presidente norte-americano mistura a “guerra às drogas” com a “guerra ao terrorismo”, ampliando a margem de ação militar no hemisfério sul. Fontes próximas ao Departamento de Defesa afirmam que Trump estaria disposto, se necessário, a autorizar incursões terrestres em território venezuelano, algo que aumentaria exponencialmente as tensões diplomáticas e o risco de confronto direto.

Enquanto isso, na costa caribenha, os Night Stalkers continuam voando sob o manto da noite — invisíveis aos radares, mas perfeitamente visíveis às lentes dos satélites e aos olhos atentos da América do Sul.



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