Mulher é assassinada pelo ex-marido dentro hospital após pedir medida protetiva; veja vídeo
Mundo – Uma tragédia chocou a cidade de Kahramanmaraş, na Turquia, ao expor de forma brutal a vulnerabilidade de mulheres vítimas de violência doméstica. Eser Karaca, 42 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-marido dentro do hospital particular onde trabalhava, no mesmo dia em que havia solicitado uma medida protetiva contra ele.
O crime, registrado pelas câmeras de segurança e presenciado por pacientes e colegas de trabalho, ocorreu em 21 de maio, no bairro de Yamaçtepe. Segundo as investigações, Atilla Ayıntaplı entrou no hospital com uma espingarda escondida em uma bolsa e foi até o quarto onde a ex-esposa estava.
De acordo com o advogado da filha da vítima, Mahmut El, Karaca chegou a cogitar faltar ao trabalho no dia do ataque, temendo que o ex-companheiro a procurasse. “Ela me ligou assustada, e eu sugeri que pedisse licença. Mas Eser respondeu: ‘Isto é um hospital, ele não vai me matar aqui, em público, no meio de todas essas pessoas’”, relatou o advogado.
No entanto, a tragédia aconteceu. Testemunhas afirmam que após uma breve discussão, Ayıntaplı ameaçou Karaca e um colega dela, identificado como Ç.A., dizendo que mataria os dois. Quando a dupla tentou fugir, ele sacou a arma e disparou três vezes contra Eser, que morreu no local. O agressor foi preso logo depois.
Histórico de violência
As autoridades revelaram que Karaca já havia solicitado medidas protetivas contra Ayıntaplı em outras três ocasiões. No dia do feminicídio, a quarta ordem de restrição havia sido emitida, mas não foi suficiente para impedir o ataque.
Primeira audiência
O caso já começou a ser analisado pela Justiça. Atilla Ayıntaplı responde por homicídio premeditado contra a ex-esposa, com pedido de prisão perpétua agravada, além de até sete anos de prisão por ameaça armada contra Ç.A. Durante a audiência, os detalhes do crime foram descritos, aumentando a comoção e a pressão por punição exemplar.
O assassinato de Eser Karaca reacendeu o debate sobre a violência contra a mulher e a eficácia das medidas protetivas na Turquia. O episódio mostra, mais uma vez, que a legislação, embora necessária, ainda não tem conseguido impedir que vítimas de relacionamentos abusivos sejam mortas por seus agressores.
