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Mistério: vacas são encontradas mortas no interior e fazendeiros acusam ‘novo chupa-cabras’: “ele tira os olhos e a língua delas!”; veja vídeos

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Mistério: vacas são encontradas mortas no interior e fazendeiros dizem pode ser o novo chupa-cabras: "ele tira os olhos e a língua delas!"; veja vídeos

Mundo – Nas vastas extensões rurais do departamento de Caazapá, no sul do Paraguai, a noite traz consigo um silêncio inquietante, quebrado apenas pelo mugido distante do gado e pelo farfalhar das matas. Mas, nos últimos meses, esse cenário pacato foi tomado por um mistério que tem tirado o sono de fazendeiros e feito o coração da comunidade pulsar com medo. Vacas estão sendo encontradas mortas, com olhos e línguas arrancados em cortes que parecem desafiar a lógica, sem sangue, sem sinais de luta, sem explicação.

Ao menos cinco casos registrados desde agosto de 2025 ganharam as manchetes locais e transformaram a tranquilidade do interior paraguaio em um palco de sussurros sobre criaturas folclóricas, rituais macabros e lendas que ecoam pelas selvas. Seria a volta do famoso “Chupa-Cabras”, o a lenda local paraguaia “Mala Vision”, um espírito guarani que se esgueira entre os galhos, ou os enigmáticos “Pyta Jovai”, uma tribo nômade de criaturas espirituais, com características semelhantes aos “Curupiras”. Entusiastas de ufologia também não descartam a possível influência de OVNIS, com semelhanças com casos registrados em outras partes do mundo.

Enquanto o pânico se espalha, a ciência tenta trazer respostas, mas o mistério persiste, enraizado no imaginário de um povo que vive entre a tradição e o desconhecido.

Um Mistério que Une Paraguai e Brasil

O interior de Caazapá, com seus campos abertos, comunidades agrícolas e fortes raízes culturais guaranis, guarda semelhanças impressionantes com o interior do Brasil, especialmente em estados como Mato Grosso do Sul, Paraná ou Goiás. Em ambos os países, o interior é marcado por vilarejos onde o tempo parece correr mais devagar, a pecuária é o sustento de muitas famílias, e as histórias de avós sobre seres da floresta ainda moldam a forma como se enxerga o mundo. Assim como no Brasil, onde lendas como o Chupa-Cabras ou o Lobisomem assombram as conversas ao redor de fogueiras, em Caazapá, a “Mala Vision” — um espírito esguio que, segundo a tradição guarani, se camufla entre galhos e ataca na escuridão — é temida como a responsável por desgraças inexplicáveis.

Já os “Pyta Jovai”, também conhecidos como Tañykovai, são descritos como gênios malignos que se assemelham a indígenas, habitam as selvas do Alto Paraná, o litoral argentino e o Chaco paraguaio. Diz-se que são antropófagos. Caracterizam-se por terem pés sem dedos e calcanhares voltados para a frente (seu nome em guarani significa “calcanhar frente a frente”), o que confunde aqueles que tentam fugir deles (semelhança com o Curupira). Armados com machados de dois gumes, escalam árvores e aguardam para emboscar suas vítimas, lançando-se sobre elas para matá-las. Enforcam, mordem, destroçam e devoram as pessoas que capturam.

Descritos como uma tribo nômade que realiza rituais místicos, consumindo olhos e línguas de gado para adquirir poderes sobrenaturais, evoca paralelos com histórias brasileiras de figuras míticas que habitam as matas.

No Paraguai, assim como no interior brasileiro, a vida rural é profundamente conectada à terra e às tradições. As comunidades de Caazapá, como as de San Juan Nepomuceno ou Yuty, lembram cidades do interior do Brasil, onde a falta de infraestrutura e o isolamento amplificam o impacto de eventos inexplicáveis.

Em ambos os países, a ausência de respostas rápidas das autoridades alimenta especulações, e o folclore ganha força como forma de explicar o que a ciência demora a esclarecer. No Brasil, casos de mutilações de gado nos anos 1990 e 2000 foram atribuídos ao Chupa-Cabras, com relatos semelhantes de animais sem olhos, línguas ou órgãos, encontrados sem vestígios de sangue.

Em Caazapá, o padrão é idêntico, e o medo de algo além do natural une essas regiões em uma narrativa compartilhada de mistério e fascínio pelo desconhecido.O que torna esses casos particularmente inquietantes é a precisão das mutilações. Fazendeiros relatam que as vacas aparecem como se tivessem sido operadas por mãos invisíveis: sem marcas de garras, sem pegadas de predadores, sem sangue espalhado.

A escuridão da noite, o isolamento das fazendas e a ausência de testemunhas transformam cada novo caso em um convite para a imaginação. “Algo vem à noite e faz isso. Não é lobo, não é onça, não é humano”, sussurram os fazendeiros,

Os Casos que Aterrorizam Caazapá

Desde o início deste ano de 2025, casos macabros tem abalado a tranquilidade de Caazapá, todos envolvendo vacas ou crias encontradas mortas, sem olhos e sem língua, em circunstâncias que desafiam explicações imediatas. No entanto, nos últimos meses, cinco destes casos ganharam ampla repercussão na mídia local. Aqui estão os detalhes:

Colônia 8 de Dezembro, Distrito de 3 de Maio (início de agosto de 2025)

O primeiro caso marcou o início do pesadelo. Uma vaca foi encontrada sem olhos nem língua, deitada em um pasto isolado, sem sinais de luta ou sangue ao redor. O caso, relatado à polícia, gerou rumores de que algo sobrenatural rondava a região. “Parecia que o animal simplesmente parou de viver, e algo levou essas partes”, disse um morador à rádio Suceso FM.

Comunidade Coração de Maria, San Juan Nepomuceno (6 de agosto de 2025)

Néstor Ávalos Morel, um pecuarista local, ficou perplexo ao encontrar uma de suas vacas morta, com a língua cortada de forma tão precisa que parecia obra de um bisturi. Os olhos também haviam sumido. Ele compartilhou fotos nas redes sociais, que rapidamente viralizaram. “Não havia pegadas, nem marcas de dentes. Quem faz isso?”, questionou Néstor, cuja angústia ecoou entre os vizinhos.

Companhia Emilianore, Distrito de Abaí (13 de agosto de 2025)

Maria Ninfa Palacios acordou para uma cena desoladora: uma cria de vaca, morta, sem olhos nem língua. “Era como se algo tivesse escolhido exatamente o que levar. Não havia bagunça, só o corpo ali”, relatou ao jornal Popular. O caso, o terceiro em menos de duas semanas, intensificou o pânico na comunidade, que passou a evitar deixar o gado solto à noite.

Localidade de Yarati’i, Distrito de Yuty (14 de agosto de 2025)

O quarto incidente envolveu outra vaca, encontrada nas mesmas condições perturbadoras. Fazendeiros da região, já assustados com os casos anteriores, exigiram respostas das autoridades. “Não é normal. Algo está caçando nosso gado, e não é animal comum”, afirmou um colono local, reforçando as teorias sobre a “Mala Visão” ou o “Pyta Jovai”.

Comunidade San Benito, Distrito de Pindo’í, San Juan Nepomuceno (2 de setembro de 2025)

O caso mais recente, no início de setembro, trouxe o mesmo padrão: uma vaca sem olhos nem língua, sem sinais de violência ou predadores. A comunidade, já exausta de rumores e medo, começou a organizar vigílias para proteger seus rebanhos, enquanto pedia investigações mais sérias.

Explicação da ciência não satisfaz fazendeiros

Para a engenheira zootécnica Luz Sosa os animais não morreram por fenômenos estranhos, mas sim por uma doença mortal. O profissional disse o seguinte ao respeito: “A mancha negra ou carbúnculo sintomático em bovinos é uma doença grave causada pela bactéria Clostridium chauvoei. Se apresenta comumente entre julho e outubro, com picos em agosto e setembro. Os sintomas incluem lesões necróticas e morte súbita. A vacinação anual é chave para preveni-la. Em nossa equipe VHS realizamos a vacinação em junho. Não há remédios mágicos: apenas a prevenção através da vacinação e boas práticas sanitárias para salvar nossos animais”, sinalizou.

Para a especialista, não haveria nada de sobrenatural no fenômeno dos animais aparecem sem língua ou olhos. Ela disse o seguinte: “ Não se deixe enganar por mitos e lendas; não existem mistérios nem demônios. As toxinas produzidas causam necrose e degradação dos tecidos, o que explica a perda da língua e dos olhos nos animais afetados. Além disso, essas toxinas repelem necrófagos, como os corvos-yryvu, impedindo-os de se aproximarem dos corpos. A bactéria Clostridium chauvoei é a verdadeira causa, não o Chupa-cabras, a Pyta Jovaí, a Má-visão ou muito menos os demônios”, disse.

A explicação, no entanto, não tem sido suficiente para muitos fazendeiros, que estão insatisfeitos e incrédulos com a morte de seus animais de forma tão incomum e sinistra.





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