Maduro recua e diz que Venezuela “quer paz” em meio à tensão com os EUA
Mundo – Em meio ao aumento das tensões no Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (23) que o país “quer paz” e rejeita qualquer tipo de conflito militar com os Estados Unidos.
A declaração ocorre após o envio de embarcações e tropas norte-americanas para a região, o que o governo venezuelano classifica como uma “ameaça direta” à sua soberania.
Durante discurso em um ato com sindicatos alinhados ao chavismo, Maduro adotou um tom conciliador e até bem-humorado ao se referir à situação.
“Yes peace, yes peace, forever peace. No crazy war! Não à guerra louca!”, disse o presidente, misturando inglês e espanhol.
O líder venezuelano ironizou a própria fala: “Se traduzirmos para o espanhol tipo Tarzan seria: ‘não guerra, não querer guerra, não à loucura da guerra’”, brincou.
Tensão no Caribe
A fala de Maduro ocorre após os Estados Unidos enviarem, em agosto, contratorpedeiros, submarinos e embarcações com forças especiais para o Caribe.
Segundo Washington, o objetivo é combater o tráfico internacional de drogas. Desde setembro, nove operações foram realizadas, com ao menos 37 mortos, conforme dados oficiais americanos.
Caracas, porém, enxerga as ações como uma provocação militar e uma tentativa de “mudança de regime”, além de acusar os EUA de buscar controle sobre as reservas de petróleo venezuelanas.
Resposta militar
Em reação, Maduro ordenou exercícios militares em 73 pontos da costa do país nas primeiras horas desta quinta-feira.
As manobras incluíram o uso de equipamentos militares fornecidos pela Rússia e pela China.
“Obrigado, presidente Putin. Obrigado, Rússia. Obrigado, China. A Venezuela tem equipamento para garantir a paz”, declarou o mandatário.
Discurso de recuo
Apesar da retórica de enfrentamento, o discurso de Maduro foi interpretado como um gesto de recuo, diante do temor de um agravamento das tensões com os Estados Unidos.
O presidente tenta, assim, reforçar uma imagem de busca pela paz, sem abrir mão da narrativa de defesa nacional.
A situação mantém a Venezuela sob os holofotes da política internacional, em um momento em que o país tenta equilibrar o discurso de resistência antiamericana com a necessidade de evitar um confronto direto com o poder militar dos EUA.



