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Investigação da morte do promotor Nisman passa à Justiça federal

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BUENOS AIRES – Em mais uma reviravolta na investigação sobre a morte do promotor Alberto Nisman, a Justiça argentina determinou que o caso passe ao âmbito federal, como pedido pela família do procurador — que surgiu morto em janeiro de 2015, um dia antes de denunciar formalmente a então presidente Cristina Kirchner por suposto encobrimento dos autores de um atentado que matou 85 pessoas numa associação judaica em Buenos Aires, em 1994.

A Câmara de Crime, semanas após receber um apelo da juíza Fabiana Palmighini (responsável pelo caso), deu parecer favorável à investigação como parte de uma relação da morte com o caso Amia. Os magistrados Marcelo Lucini, Mario Filozof e Rodolfo Pociello Argerich pedem ainda uma investigação sobre uma possível má atuação da promotora responsável pelo caso, Viviana Fein.

CASO GANHOU FORÇA NAS ÚLTIMAS SEMANAS

Nas últimas semanas, novos depoimentos e revelações do caso que investiga a morte do promotor argentino Nisman ligam Cristina Kirchner e seus aliados com um possível assassinato, segundo o advogado da família do procurador e a juíza que passou o caso para instância federal. Federico Casal, que representa a família de Nisman, revelou que o aguardado depoimento do ex-espião Antonio “Jaime” Stiuso (que colaborou com o promotor na investigação do caso Amia, em referência ao nome da associação judaica atingida no atentado de 1994) incluiu acusações à ex-presidente.

— Stiuso disse que o trio mais interessado na morte eram a presidente Cristina Kirchner, o ex-chefe de Gabinete Aníbal Fernández e o ex-secretário legal e técnico Carlos Zannini — disse Casal ao canal TN, afirmando que a promotora responsável por investigar a morte, Viviana Fein, pressionou uma das secretárias de Nisman para mudar seu testemunho. — Stiuso trouxe provas de contexto para que a morte dele fosse desejada.

Oficialmente, a morte do promotor é analisada como se tratasse de um suicídio. Na quinta-feira passada, o promotor Ricardo Sáenz alegou que até o momento não há uma explicação lógica para a falta de evidências concretas sobre um eventual suicídio de Nisman. A investigação oficial não determinou quem disparou a pistola achada com o morto no banheiro de seu apartamento, no bairro portenho de Puerto Madero.

Palmaghini, que um dia antes passou o caso para instância federal por causa das declarações de Stiuso — julgando-se incompetente para continuar ditando os rumos do processo — denunciou Fein por descumprimento de suas funções nas investigações. Na resolução formal, revelada pelo “Clarín”, Palmaghini afirma também que o então secretário de Segurança kirchnerista, Sergio Berni, foi um dos responsáveis por “contaminar a cena do crime”.

Berni foi muito questionado à época porque apareceu antes mesmo da chegada de ambulâncias e da polícia. Ele passara o fim de semana em uma região distante de Puerto Madero. Ele e outros investigadores foram flagrados sem luvas ou manejando inadequadamente objetos no local.

“Ninguém pode me convencer que Alberto se matou, depois de trocarmos mensagens confiantes. Um suicida para ele era um perdedor”, disse o ex-agente Carlos Rodríguez, espião amigo de Nisman citado por Palmaghini.

Ainda segundo Palmaghini, Fein não investigou o contexto do atentado à Amia, em 1994, quando levava em consideração os fatores da morte do promotor.





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