Geração Z reduz tempo nas redes sociais e prioriza atividade física, aponta pesquisa
Mundo – A Geração Z está redesenhando sua relação com a tecnologia e com o próprio corpo. Um levantamento global divulgado pelo Strava revela que jovens estão reduzindo o tempo gasto em redes sociais tradicionais e passando a priorizar atividades físicas e experiências no mundo real como parte central da rotina diária. A mudança aponta para um novo entendimento de bem-estar, no qual o movimento deixa de ser apenas um hábito ocasional e assume papel estruturante na vida desses jovens.
Os dados fazem parte do 12º Relatório Anual de Tendências do Ano no Esporte, que analisou bilhões de atividades registradas na plataforma e reuniu respostas de mais de 30 mil pessoas em diversos países. O estudo indica uma tendência consistente: cresce entre os jovens o interesse por práticas que envolvem ação, presença física e interação fora das telas, em contraste com o consumo passivo de conteúdo digital, popularmente associado ao chamado doom scrolling.
Cansaço digital e busca por equilíbrio
A pesquisa sugere que o excesso de tempo conectado tem levado parte da Geração Z a repensar hábitos. Em vez de longas horas navegando por feeds infinitos, esses jovens demonstram preferência por atividades que tragam benefícios concretos à saúde física e mental. Exercícios ao ar livre, treinos em grupo e práticas esportivas passam a ser vistos não apenas como formas de manter o corpo ativo, mas também como estratégias para aliviar o estresse, melhorar o humor e fortalecer vínculos sociais.
Esse movimento reflete um cansaço generalizado com a hiperconectividade. Para muitos, a atividade física surge como uma alternativa saudável ao excesso de estímulos digitais, ajudando a estabelecer limites mais claros entre o tempo online e a vida offline.
Atividade física como prioridade
O relatório do Strava aponta que mais da metade dos jovens da Geração Z pretende utilizar a plataforma com maior frequência em 2026. Ao mesmo tempo, a maioria afirma que deseja manter ou até reduzir o uso de redes sociais convencionais. O dado sinaliza uma reorganização de prioridades, na qual aplicativos voltados ao movimento e ao desempenho físico ganham espaço, enquanto plataformas focadas apenas em entretenimento perdem relevância.
Com isso, o exercício deixa de ser encarado como uma obrigação ou meta distante e passa a integrar o cotidiano de forma natural. Caminhadas, corridas, treinos de força e outras modalidades se tornam parte da rotina, funcionando como contraponto ao sedentarismo associado ao uso excessivo de telas.
Mais presença, menos passividade
Outro ponto destacado pelo levantamento é a valorização de experiências presenciais. A Geração Z demonstra interesse crescente por atividades que proporcionem sensação de pertencimento e contato real com outras pessoas. Praticar esportes, participar de desafios coletivos ou simplesmente se movimentar em ambientes abertos aparece como resposta a um modelo de vida excessivamente digitalizado.
Especialistas em comportamento observam que essa mudança pode ter impactos positivos a longo prazo, tanto na saúde física quanto na saúde emocional. A prática regular de exercícios está associada à melhora da qualidade de vida, ao fortalecimento da autoestima e à criação de rotinas mais equilibradas.
Uma nova forma de viver o bem-estar
A tendência revelada pelo Strava indica que a Geração Z não está rejeitando a tecnologia, mas redefinindo seu uso. Em vez de ocupar todo o tempo livre, o ambiente digital passa a funcionar como ferramenta de apoio para objetivos ligados ao movimento, à saúde e à vida real.
Ao trocar parte do tempo nas redes sociais por atividades físicas, esses jovens sinalizam uma mudança cultural relevante. Mais do que modismo, o comportamento aponta para uma geração que busca sentido, equilíbrio e bem-estar em experiências concretas — com menos tela e mais movimento.


