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Cumprimento ‘frio’ entre Lula e Milei rouba a cena na Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu; veja vídeo

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Cumprimento ‘frio’ entre Lula e Milei rouba a cena na Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu; veja vídeo

Mundo – Neste sábado (20/12), a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná, trouxe à tona as profundas divergências ideológicas entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o argentino Javier Milei. O que deveria ser um encontro diplomático focado em integração regional e acordos comerciais terminou marcado por um cumprimento protocolar e distante entre os dois líderes, que chamou atenção da imprensa internacional, especialmente na Argentina.

Vídeos e fotos divulgados mostram Lula recebendo Milei com um aperto de mãos rápido, sem sorrisos e acompanhado de um breve “tapinha no ombro”. Em seguida, os dois posaram para a tradicional foto oficial ao lado de outros líderes, como o paraguaio Santiago Peña e o uruguaio Yamandú Orsi, mantendo um distanciamento físico notável. Lula apareceu mais próximo e efusivo com Peña, com quem trocou sorrisos e um abraço lateral – reflexo, talvez, da boa relação bilateral e da transição da presidência rotativa do Mercosul para o Paraguai.

Jornais argentinos não pouparam descrições: o La Nación falou em “aperto de mãos sem sorrisos e com distanciamento físico considerável”, enquanto o Clarín classificou o momento como “recepção fria entre Javier Milei e Lula da Silva”. A tensão não é novidade. Milei, crítico ferrenho de governos de esquerda, já havia sinalizado que poderia não comparecer à cúpula, mas confirmou presença nos últimos dias. Recentemente, ele provocou polêmica ao repostar uma imagem nas redes sociais que retrata o Brasil e outros países sul-americanos com governos progressistas como uma grande favela, contrastando com uma Argentina “futurista e desenvolvida” ao lado de nações alinhadas à direita.

Apesar do clima gelado, a cúpula prosseguiu com debates acalorados. Lula abriu os trabalhos criticando a presença militar dos Estados Unidos na região e rejeitando qualquer intervenção armada na Venezuela, chamando-a de “catástrofe humanitária”. Milei, por sua vez, defendeu a pressão de Donald Trump sobre Nicolás Maduro e criticou a burocracia do Mercosul, reforçando sua visão liberal de abertura comercial.

Outro ponto de frustração foi o acordo comercial com a União Europeia. Esperava-se uma assinatura histórica na cúpula, mas oposições de última hora da França e Itália adiaram o processo para janeiro de 2026, durante a presidência paraguaia do bloco. Lula cobrou “coragem política” dos europeus, enquanto Milei vê no Mercosul uma estrutura rígida que precisa de reformas urgentes.

O encontro em Foz do Iguaçu, palco simbólico da integração sul-americana – há 40 anos, presidentes brasileiros e argentinos deram passos iniciais para o bloco ali mesmo –, contrastou com o caloroso abraço de outrora. Hoje, as diferenças ideológicas entre esquerda e direita dominam o cenário regional, tornando protocolos diplomáticos em espelhos de um continente dividido. A passagem da presidência rotativa para o Paraguai pode trazer novos rumos, mas o “clima frio” entre Brasília e Buenos Aires segue como o termômetro das relações no Mercosul.



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