Coreia do Norte quer aumentar produção de mísseis em 5 anos para “garantir paz”, diz Kim Jong-un
Mundo – O líder norte-coreano, Kim Jong-un, intensificou sua mensagem de fortalecimento militar ao visitar fábricas de munições e ordenar a expansão da produção de mísseis e projéteis de artilharia nos próximos anos. De acordo com a agência estatal KCNA, Kim enfatizou que o setor de produção de mísseis é “de vital importância” para bolster a capacidade de dissuasão de guerra do país, justificando o aumento como uma medida essencial para preservar a paz na península coreana.
Durante inspeções recentes a complexos industriais militares, incluindo unidades na região de Hamhung, Kim expressou satisfação com o cumprimento das metas de produção para 2025 e aprovou planos de modernização que serão apresentados no próximo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, previsto para o início de 2026. Esse evento deve definir as diretrizes para o desenvolvimento militar e econômico nos próximos cinco anos, com ênfase na construção de novas fábricas e na atualização de linhas de produção existentes.
Kim argumentou que a ampliação da capacidade produtiva é necessária para atender às “demandas futuras” das forças de mísseis e artilharia, em um contexto que Pyongyang descreve como de crescente ameaça externa. Ele destacou a necessidade de “expandir continuamente o nível de modernização da indústria de munições” de forma eficiente e prática.
Essa declaração vem logo após outras ações militares divulgadas pela KCNA: na semana passada, Kim supervisionou o avanço na construção de um submarino nuclear de 8.700 toneladas, capaz de lançar mísseis estratégicos guiados, e inspecionou testes de novos mísseis antiaéreos de longo alcance. Analistas internacionais interpretam esses movimentos como parte de uma estratégia para aprimorar capacidades de precisão e resposta rápida, em resposta às alianças militares entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.
Especialistas apontam que o foco renovado na produção em massa de mísseis pode estar ligado não apenas à defesa interna, mas também a possíveis exportações de armamentos e ao apoio norte-coreano em conflitos globais. Em um cenário de tensões elevadas na região Ásia-Pacífico, com exercícios militares conjuntos dos aliados ocidentais, a retórica de Kim reforça a narrativa de que o arsenal nuclear e convencional de Pyongyang é o garante da soberania e da estabilidade.
Enquanto o mundo observa o próximo congresso partidário, que pode revelar mais detalhes sobre o plano quinquenal de defesa, a comunidade internacional permanece atenta aos sinais de que a Coreia do Norte continuará priorizando seu programa balístico, desafiando sanções da ONU e pressionando por negociações em seus termos.


