Coreia do Norte irá realizar teste nuclear após lançar diversos mísseis em direção ao Japão e Coreia do Sul
Brasil – A Coreia do Norte está pronta para realizar um teste nuclear. A informação foi divulgada pelo secretário de Defesa da Coreia do Sul, Lee Jong-sup, na quinta-feira 3, durante um pronunciamento conjunto com os EUA no Pentágono.
“Qualquer ataque nuclear contra os Estados Unidos ou seus aliados e parceiros, incluindo o uso de armas nucleares não estratégicas, é inaceitável e resultará no fim do regime de Kim”, afirmaram os dois países em um comunicado.
Lee se negou a estimar quando esse possível teste nuclear norte-coreano ocorreria. No entanto, ele disse que teria uma “resposta esmagadora e decisiva da aliança”.
Durante o pronunciamento, os dois países reiteraram que planejam estender indefinidamente os exercícios militares batizados de “Tempestade Vigilante”.
As manobras serão realizadas anualmente e incluirá uma simulação de uso de armas nucleares pela Coreia do Norte.
A Coreia do Sul informou que despachou aviões de guerra em resposta a 180 voos militares norte-coreanos perto da fronteira compartilhada entre os dois países nesta sexta-feira, 4. Isso ocorreu horas depois que o Norte disparou cerca de 80 tiros de artilharia em protesto contra os exercícios militares conjuntos de Seul com os Estados Unidos.
Aeronaves norte-coreanas foram detectadas em várias áreas ao norte da “linha de ação tática” de demarcação militar entre as duas Coreias.
A Coreia do Sul enviou 80 aeronaves, incluindo caças F-35, em resposta, enquanto cerca de 240 jatos participam dos exercícios aéreos “Tempestade Vigilante” com os EUA.
Testes com mísseis
O sistema de emergências do Japão e o governo sul-coreano disseram ter identificado outro lançamento múltiplo de mísseis realizado pela Coreia do Norte, na manhã desta quinta (3), noite de quarta no Brasil.
Inicialmente, Tóquio suspeitou que um deles tivesse sobrevoado o território japonês em direção ao oceano Pacífico. Autoridades de Miyagi, Yamagata e Niigata emitiram um alerta para que moradores buscassem abrigo —evento semelhante ocorreu em outubro em Hokkaido e Aomori, pela primeira vez desde 2017.
Momentos depois, o Ministério da Defesa japonês informou que o artefato não chegou a sobrevoar o território do país, e o titular da pasta, Yasukazu Hamada, disse que os militares perderam o primeiro míssil de vista sobre o mar do Japão. “Detectamos um lançamento com potencial para passar pelo Japão, por isso acionamos o J Alert, mas depois revisamos a trajetória”, disse.
Segundo as autoridades sul-coreanas, Pyongyang lançou ao menos um projétil de longo alcance e dois de curto, de bases na capital e em Kaechon, em pouco mais de uma hora. Análises de Tóquio apontaram que um dos mísseis passou por uma etapa de separação, característica de armas balísticas intercontinentais.
Outro atingiu 2.000 km de altitude e 750 km de distância, trajetória que indica que o lançamento foi para o alto, de forma a não sobrevoar países vizinhos. Os testes ocorreram um dia após a Coreia do Sul acusar o vizinho de disparar 23 mísseis num dia, no maior número de disparos de Pyongyang em 24 horas.