China intensifica pressão militar sobre Taiwan em resposta a declarações do Japão
Mundo – A China iniciou nesta segunda-feira (29/12) amplos exercícios militares ao redor de Taiwan, mobilizando tropas do Exército de Libertação Popular (ELP) de múltiplas forças: aérea, naval, terrestre e de foguetes. Batizada de “Missão Justiça 2025”, a operação inclui disparos reais e simulações de bloqueio dos principais portos da ilha, como Keelung ao norte e Kaohsiung ao sul.
O Comando do Teatro Oriental do ELP descreveu os exercícios como um “aviso severo” contra forças separatistas e interferências externas, em uma clara referência às recentes tensões com o Japão e os Estados Unidos.
O estopim imediato parece ser as declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que em novembro afirmou que um bloqueio naval chinês a Taiwan poderia representar uma “ameaça à sobrevivência” do Japão, justificando uma resposta militar sob a lei de autodefesa coletiva.
Pequim reagiu com veemência, convocando o embaixador japonês e exigindo retratação. As relações sino-japonesas atingiram um dos pontos mais baixos dos últimos anos, com a China acusando Tóquio de interferir em assuntos internos.
Os exercícios também ocorrem dias após os Estados Unidos aprovarem o maior pacote de vendas de armas já destinado a Taiwan, avaliado em mais de US$ 11 bilhões. O acordo inclui sistemas HIMARS, mísseis ATACMS, obuseiros autopropulsados e drones de loitering, fortalecendo a capacidade assimétrica de defesa da ilha.
Taiwan respondeu aos exercícios chineses ativando suas forças em alerta máximo e realizando manobras de resposta rápida. O Ministério da Defesa taiwanês condenou as ações de Pequim como “intimidação militar” e “destruidoras da paz regional”.
Analistas apontam que esses exercícios marcam a sexta grande operação do tipo desde 2022, com uma escalada na ênfase em bloquear intervenções externas – uma mensagem direta aos aliados de Taiwan, como EUA e Japão.
Enquanto o mundo observa com apreensão o Estreito de Taiwan, a região vive um momento de alta tensão geopolítica, onde declarações políticas e vendas de armas podem rapidamente se traduzir em demonstrações de força militar.


