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Mucura suculenta é encontrada ‘tirando onda’ dentro de HB20 de madame, em Manaus; veja vídeo

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Mucura suculenta é encontrada ‘tirando onda’ dentro de HB20 de madame, em Manaus; veja vídeo

Manaus – Na tarde desta quarta-feira (04) uma mucura foi encontrada dentro do carro de uma mulher, no bairro Flores, na zona Centro-Sul de Manaus. A situação rendeu muita risada em quem assistia. 

De acordo com internautas, a mulher começou a ouvir barulhos no carro e decidiu estacionar em uma drogaria para checar o que estava acontecendo com seu veículo, um HB20. Quando ela olhou em direção ao para-choque, viu apenas um rabo e soltou um grito. 

Nesse momento, um funcionário da farmácia saiu e foi saber o que estava acontecendo, na tentativa de ajudar a moça.

“Meu Deus, será que é mucura? Parece um rabinho de tatu, sei lá, um bicho, feio. Meu Deus não vou nem entrar no carro”, diz a mulher enquanto o trabalhador verifica de fato qual animal estava alí.  

Foi necessário levar o carro até uma oficina para retirar o animal que estava preso alí. Devido o calor, a mucura desmaiou antes de ser retirada, no entanto, ao acordar correu para o mato.

Veja vídeos:

Mucura como alimento exótico nas comunidades da Amazônia

De acordo com o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Flávio Bezerra Barros, que deu uma entrevista exclusiva ao Portal Amazônia, a mucura é um alimento apreciado em diversas localidades e, apesar do aspecto “feio” do animal, “possui um sabor delicioso, parecido com o de uma galinha”. Normalmente, a carne é guisada com bastante tempero e molho.

Por se tratar de uma carne de caça, a mucura não pode ser comercializada em feiras, sendo usada apenas para o consumo próprio. Porém, é comum encontrar nos comércios das pequenas cidades, como destaca o professor: “Uma vez eu encontrei uma mucura grande que custava R$ 40. Geralmente os ribeirinhos chegam das comunidades rurais para comercializar o animal, alguns, inclusive, chegam a criá-los em cativeiro para engordá-los”, processo conhecido como ceva.

O professor, estudando sobre a mucura, descobriu a maneira que os ribeirinhos preparam o animal: o primeiro passo, após o abate, é ferver o animal em água quente para limpar os pelos.

Em seguida, é realizada a remoção das vísceras do animal. O momento de cuidado fica para a retirada das glândulas que produzem a “catinga”, encontradas nas axilas da mucura. O pesquisador afirmou que não é qualquer pessoa que consegue “tratar” uma mucura. “Ela possui uma glândula que é responsável pelo seu odor característico, por esse motivo, não é fácil preparar a carne da mucura para o consumo. Quem trata a carne deve conhecer todas as técnicas para retirar o pitiú”, explicou.

O limão é usado para retirar o ‘pitiú’ do sangue e a carne pode ser temperada a gosto. Até mesmo a gordura da mucura é utilizada para a produção de medicamentos.

Na Amazônia, a maioria das receitas e pratos são heranças culturais. Enquanto para alguns o consumo da carne de mucura pareça repulsivo, para outras pessoas significa a sobrevivência. “Na China, eles consomem bichos inimagináveis pra gente, o que pode chocar muitas pessoas, entretanto, é algo cultural. Na Amazônia é a mesma coisa, as pessoas não consomem apenas a mucura, mas comem também cobra, jabuti, macaco, formiga e outros animais. São heranças culturais”, frisou o pesquisador.



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