Skaf rejeita proposta de extinguir Ministério da Indústria
SÃO PAULO – Um dia após o vice-presidente Michel Temer oferecer ao senador José Serra (PSDB-SP) um ministério de Relações Exteriores com poderes de atuar sobre as atividades de comércio exterior, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, reagiu à proposta de extinguir o Ministério da Indústria e Comércio. Após se encontrar com Temer em um escritório na Zona Sul de São Paulo na tarde desta sexta-feira, Skaf, que é filiado ao PMDB, afirmou que não há possibilidade de a pasta acabar.
O presidente da Fiesp admitiu, por outro lado, que parte da estrutura atual do ministério, como a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e o acompanhamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), possa ir para outras pastas. O acompanhamento dos investimentos no exterior do BNDES deve, inclusive, constar na agenda de compromissos que o PSDB pretende apresentar a Temer na terça-feira. .
– Essa ideia (de extinguir o Ministério da Indústria) não existe. O Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior tem importância bastante grande e é natural que haja por parte da equipe do vice-presidente uma preocupação de rever e reavaliar tudo. Mas em momento nenhum foi cogitado a extinção – disse Skaf.
Após negar a proposta, o peemedebista foi questionado se Temer não havia conversado com ele sobre a extinção da pasta. Sem citar palavras do vice-presidente deu a entender que é uma possibilidade:
– O ministério é abrangente, tem a parte de comércio exterior, acompanhamento do BNDES, Apex. Mas não vai extinguir.
Perguntado sobre o que achava da indicação de Serra para esse possível novo ministério, Skaf foi sucinto e disse que “cabe ao vice-presidente resolver sobre seus ministros”. Embora o representante das indústrias tenha dito que só conversou com Temer sobre generalidades, a fusão das duas pastas foi um dos temas da conversa de cerca de 2h30 entre os dois.
Ao falar com jornalistas, Skaf ainda defendeu o ajuste fiscal e se declarou contra o aumento de impostos “em hipótese alguma”. Segundo ele, o eventual governo Temer deve aumentar a verba disponível para investimentos por meio da redução de gastos e da repatriação de recursos no exterior por meio da lei que permitiu a anistia desse dinheiro.