São Paulo tem mais um protesto contra Michel Temer
SÃO PAULO — Um novo protesto contra o governo do presidente Michel Temer acontece na tarde deste domingo em São Paulo. Desde às 14h, manifestantes se reúnem no Largo da Batata, em Pinheiros, e prometem caminhar até a casa de Temer. O presidente interino deixou sua casa em São Paulo pouco antes das 15h, e se dirige a Brasília.
Grande parte das pessoas no Largo da Batata está de vermelho, munidas de apitos e bandeiras da CUT. O ato é organizado pela Frente Povo sem Medo, que reúne MTST, movimentos estudantis como o Juntos!, ligado ao PSOL, União da Juventude Socialista, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ligados ao PCdoB.
Douglas Izzo, da CUT de São Paulo, subiu no carro de som e conclamou os trabalhadores a defender seus direitos. Ele garantiu que a CUT “vai parar o país”, momento em que foi ovacionado pelo público presente.
— Não queremos um governo sem voto. E não vamos aceitar nenhum tipo de retrocesso que signifique desmontar o SUS e projetos de educação que abrem oportunidades para os trabalhadores. Nós não reconhecemos esse governo golpista — afirmou.
Desde cedo, a Polícia Militar fechou os acessos à residência do presidente, no bairro Alto de Pinheiros, que fica em frente a uma praça. Apenas moradores conseguem ultrapassar as barreiras, localizadas a 300 metros de distância da casa de Temer.
O ato de hoje, que leva o tema “Temer jamais! Resistir nas ruas por direitos” foi convocado pelas redes sociais.
Na página do Facebook, o grupo organizador diz que “Michel Temer quer passar a figura de pacificador do país”. E acrescenta que não aceitará “um presidente ilegítimo fruto de um golpe! Não aceitaremos uma Ponte para o Passado que pretende retirar direitos trabalhistas, ampliar a privatização e cortar programas sociais”.
TRÊS PROTESTOS NA ÚLTIMA SEMANA
O governo Temer foi alvo de três protestos na capital paulista na última semana em São Paulo. O primeiro ato ocorreu no domingo passado e saiu da avenida Paulista. Na terça-feira ocorreu o segundo protesto, manifestantes foram à Funarte criticar a extinção do Ministério da Cultura. Na sexta-feira, o terceiro protesto foi organizado por movimentos de esquerda.
Manifestantes também foram às ruas neste domingo em Brasília e no Rio. No centro da capital fluminense, cerca de 500 pessoas foram em passeada da Candelária até o Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Educação no Rio que está ocupado desde segunda-feira.
Em Brasília, um grupo de cerca de cem manifestantes fez neste domingo um ato contra barreira instalada perto do Palácio do Jaburu, em Brasília, que estaria pedindo a identificação de todas as pessoas que visitam o Palácio da Alvorada. A denúncia foi feita pelo senador Jorge Vianna (PT-AC) no Senado na quinta-feira. Segundo ele, antes de seguir para a residência oficial da presidente afastada, Dilma Rousseff, os visitantes são obrigados a se identificar e esperar por uma autorização do Palácio do Jaburu para passar.