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Renan diz a Temer que é hora de superar ‘pauta de ocupação de cargos’

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BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que conversou sobre “cenários” com o vice-presidente Michel Temer no encontro desta quarta-feira e defendeu uma agenda na qual se discuta o papel do Banco Central. Renan é um defensor da independência do Banco Central. Ele disse a Temer que é hora de se discutir uma agenda econômica e fiscal e não distribuição de cargos — em uma crítica às negociações do vice sobre uma eventual equipe ministerial.

— É fundamental discutir cenários, reformas institucionais, resolver definitivamente essa questão do Banco Central, se vamos ter um BC independente ou não, se vamos restaurar o BC na forma da sua criação — disse Renan.

Dentro do grupo de apoio a Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é defensor de mudanças no enfoque do BC. Nesta quarta-feira, Jucá disse que o BC não pode ter uma “leitura apenas monetarista”, mas também do desenvolvimento econômico. Ele disse a interlocutores que isso será discutido num eventual governo Temer.

Apontados como eventuais ministros num governo Temer, Jucá e o senador José Serra (PSDB-SP) têm mostrado ao vice-presidente cenários econômicos e o que precisa ser feito.

Jucá já acertou com Temer, Renan e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a aprovação de uma PEC que ajuda a União, estados e municípios a sair da crise fiscal e do rombo nas contas. É a aprovação da PEC que recria a Desvinculação de Receitas da União (DRU) para a União e ainda cria o mecanismo para estados (DRE) e municípios (DRM). Na prática, esse mecanismo permite aos governos mexer livremente em suas receitas, retirando dinheiro até de áreas como Educação para tapar rombos fiscais. A alíquota seria de 25% para todas as esferas.

Renan queria votar a PEC nesta quarta-feira, mas não houve quorum. A ideia é que seja a primeira PEC do ajuste fiscal de Temer. O atual governo não conseguiu aprovar a PEC que prorrogava a atual DRU.

Na agenda econômica, ainda há propostas de retomar concessões nas áreas de infraestrutura, como forma de revitalizar a economia.

Ao comentar o encontro com Temer, Renan disse ainda que avisou ao vice-presidente que será “isento” na condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

— Na conversa com o vice, discutimos sobre cenários e conversei – e ele concorda – da necessidade de superarmos essa pauta de ocupação de cargos. O momento requer a qualificação dessa pauta, se vamos fazer a reforma política, o que vamos fazer com a questão fiscal. É isso tem que dominar o noticiário. Essa coisa de cargos não pode prevalecer, porque a sociedade não cobra isso — disse Renan, acrescentando:

— Reafirmei para todos o papel inafastável do presidente do Senado de que não tenha lado, de que não aja nem pela cabeça e nem pelo coração. Quanto mais o presidente do Congresso tiver condição e isenção para conversar com todos os lados, é recomendável que ele faça isso.

REVERSÃO DE EXPECTATIVAS

Na agenda econômica, Temer ainda avalia que haverá uma recuperação da economia com a chamada reversão de expectativas. O empresariado reagiria bem com a mudança de governo, promovendo uma reação. Mas o vice-presidente tem consciência de que a recuperação total levará tempo, segundo interlocutores.

Renan disse que o Congresso não faltará ao país e que, se necessário, convocará a Casa para votar a mudança da meta fiscal. A mudança da meta é necessária até dia 22 de maio, sob o risco de o governo paralisar suas funções. Mas a ideia é que o Congresso só faça isso depois da votação no Senado do processo de impeachment, marcado para dia 11 de maio.


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