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Registros revelam offshores ligadas a 128 políticos pelo mundo

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RIO — O escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, especializado na abertura de companhias em paraísos fiscais, criou 107 offshores para pelo menos 57 pessoas ou firmas já publicamente relacionadas ao esquema de corrupção originado na Petrobras e investigado pela Operação Lava-Jato. A informação, divulgada ontem no Brasil pelo UOL, pelo site do jornal “Estado de S. Paulo” e pela Rede TV!, deu início no Brasil à série “Panama papers”, reportagem global sobre empresas em paraísos fiscais, conduzida pelo ICIJ, consórcio de jornalismo investigativo formado por 376 jornalistas de 109 veículos em 76 países, e que teve como base os documentos vazados do Mossack Fonseca. O consórcio rastreou offshores ligadas a 128 políticos ao redor do mundo, entre os quais o presidente da Rússia, Vladimir Puttin; e dos Emirados Árabes, xeque Khalifa Bin Zayed Bin Sultan al Nahyan; e o rei na Arábia Saudita, H.R.H. Prince Salman.

De acordo com a reportagem, a Mossack operou para pelo menos seis grandes empresas e famílias citadas na Lava-Jato, abrindo as empresas offshores, que são ligadas à empreiteira Odebrecht e às famílias Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão, Feffer (controladora do grupo Suzano) e Walter Faria, do Grupo Petrópolis. O escritório panamenho era conhecido pelas autoridades brasileiras desde janeiro, quando a Polícia Federal deflagrou a 22ª fase da Lava-Jato, cujo alvo foi o Mossack Fonseca. Os investigadores suspeitavam que a empresa teria ajudado a esconder a identidade dos verdadeiros donos do apartamento tríplex no balneário do Guarujá (SP).

A série “Panama papers” começou a ser investigada há cerca de um ano, depois que os dados do escritório panamenho foram obtidos pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e compartilhados com o ICIJ.

A reportagem sustenta que uma das contas atribuídas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi aberta por meio da offshore Penbur Holdings, administrada pela Mossack Fonseca. Os registros da empresa correspondem exatamente à descrição feita na delação premiada do empresário Ricardo Pernambuco. Segundo ele, Cunha teria usado a conta em nome da Penbur para receber propina no exterior. Um dos clientes da Mossack Fonseca ligado à investigação sobre propinas na Petrobras continuou recorrendo à empresa panamenha mesmo depois de a operação ter sido deflagrada. Carlos de Queiroz Galvão usou uma offshore da Mossack com o objetivo de abrir uma conta no exterior em junho de 2014, meses após a prisão do doleiro Alberto Youssef, que foi o marco zero da Lava-Jato.

Os mais de 11 milhões de documentos obtidos pelo ICIJ — e-mails, contas bancárias e registros de clientes — abrangem os trabalhos internos da Mossack Fonseca por quase 40 anos.



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