Prisão de João Santana afeta eleições na República Dominicana, dizem jornais
RIO – Desde que as investigações da Operação Lava-Jato levaram à prisão temporária de João Santana, a imprensa da República Dominicana tem noticiado com destaque as acusações que pairam sobre o marqueteiro, às vésperas das próximas eleições presidenciais, previstas para maio. Antes de retornaram ao Brasil, João Santana e sua mulher, Monica Moura, estavam no país e trabalhavam na campanha de reeleição de Danilo Medina, do Partido de Libertação Dominicana (PLD).
O “Diario Libre”, da capital Santo Domingo, destacou o impacto da prisão do marqueteiro na disputa. Segundo o jornal, as denúncias e a posterior renúncia do marqueteiro “estremeceram o ambiente político do país”.
O Partido Revolucionário Moderno (PRM), de oposição, pediu ao presidente para explicar seus vínculos com Santana e também para não obstruir as investigações judiciais. O deputado Vinicio Castillo Semán, fundador do partido Força Nacional Progressista (FNP), considerado de extrema direita, também pediu à Procuradoria Geral da República uma investigação formal sobre as atividades de João Santana no país. Para o parlamentar, “Santana e suas empresas realizaram muitas operações na República Dominicana e receberam muito dinheiro do governo”.
O “El Diario de Hoy”, de circulação nacional, ressaltou que Medina admitiu nesta terça-feira à imprensa local que o marqueteiro brasileiro era seu principal assessor de campanha e reconheceu o efeito negativo de sua saída na disputa.
– Se pode me afetar? Bom, era um assessor importantíssimo da minha campanha, mas a campanha segue – disse o presidente.
Em Salvador, onde o marqueteiro atuou na campanha do ex-presidente Mauricio Funes entre 2008 e 2009, a imprensa também repercutiu a relação de João Santana com o político do país. O portal de notícias “El diario de Hoy” lembra que Santana atuou nas campanhas de da presidente Dilma Rousseff e de Funes, que ocupou o cargo até 2014.