PP do Paraná declara posição a favor do impeachment
BRASÍLIA — Vice-líder do governo na Câmara e cotado para assumir o Ministério da Saúde, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) divulgou neste sábado, em sua página no Facebook, nota em que o PP do Paraná anuncia apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo a nota, reproduzida pelo deputado, a decisão foi tomada pela maioria dos integrantes da executiva estadual do PP no Paraná. Apesar da divulgação da nota, Ricardo Barros disse, por meio de sua assessoria, que prefere se posicionar sobre o impeachment após a decisão ser tomada nacionalmente pela legenda.
Barros não integra a comissão especial do impeachment. A legenda tem dois representantes na comissão, os deputados Aguinaldo Ribeiro (PB) e Roberto Brito (BA). Nenhum dos dois declarou seu voto até o momento.
A nota diz ainda que o posicionamento foi tomado “em defesa dos interesses da Nação e da sociedade brasileira, já que se trata, neste momento da única alternativa para a superação da grave crise política, econômica e moral, que penaliza o País e os trabalhadores, empresários e cidadãos brasileiros, do campo e das cidades.”
O deputado Nelson Meurer (PP-PR) disse que o presidente da legenda no estado, deputado Dilceu Sperafico, ligou para os 17 integrantes da executiva estadual para ter a posição em relação ao impeachment. A maioria se posicionou a favor, mas não houve fechamento de questão.
— Eu voto contra o impeachment. A maioria apoiou, mas a decisão é de liberar os deputados para votar como quiserem, assim como aconteceu na reunião com Ciro Nogueira. Não acho que o partido deva fazer como o PMDB, que mamou na teta e, na hora de afundar, pula fora do barco — disse Meurer.
No Paraná, o PP tem quatro deputados. Os outros dois têm se posicionado a favor do impeachment: Dilceu Sperafico e Marcelo Belinati. que é candidato a prefeito de Londrina.
— É logico que vou respeitar a decisão do Ricardo Barros e Nelson Meurer. A nota expressa a posição da maioria da executiva estadual do Paraná. Não houve fechamento de questão, não temos esse poder. Na consulta que fiz, Ricardo Barros não se posicionou — disse Sperafico.
Na última quarta-feira, horas antes do início da leitura do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na comissão do impeachment, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI) anunciou que o partido continuaria na base aliada do governo Dilma. Ele disse que “mais de 40” dos 57 deputados e senadores progressistas concordam com a manutenção do apoio à Dilma. Os demais, afirmou, estão liberados para votarem a favor do impeachment.
Deputados do PP que defendem o rompimento da legenda com o governo divulgaram, depois, uma nota em que cobram a realização da reunião do Diretório Nacional para decidir sobre a questão. Na nota, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) diz que 22 deputados e 4 senadores assinaram o documento de convocação da reunião do Diretório Nacional e afirmam que a decisão de Ciro não valeu para essa finalidade.
A decisão de Ciro irritou deputados que já tinham declarado voto contrário ao impeachment, como o deputado Paulo Maluf (PP-SP). Logo depois da leitura do relatório de Jovair, Maluf anunciou que votará a favor do impeachment na comissão para sinalizar a seus eleitores que não vende seu voto. Maluf acusou Nogueira de “vender” a legenda.
Leia a nota do PP do Paraná:
“Por decisão da maioria de seus membros, a Executiva Estadual do Partido Progressista do Paraná, comunica aos filiados, militantes, simpatizantes e população em geral, apoiar a tramitação e aprovação do processo de impeachment da presidente da República, na Câmara dos Deputados. Informa também haver tomado tal posicionamento em defesa dos interesses da Nação e da sociedade brasileira, já que se trata, neste momento da única alternativa para a superação da grave crise política, econômica e moral, que penaliza o País e os trabalhadores, empresários e cidadãos brasileiros, do campo e das cidades.”