PMs são acusados de agredir com fio elétrico e ameaçar matar travestis em área nobre de SP
Policiais militares são investigados pela Polícia Civil por suspeita de agredir, ameaçar de morte e ofender travestis que se prostituem em frente a casarões e mansões nas ruas próximas ao Jockey Club.
Os PMs fazem segurança particular e privada para moradores do Cidade Jardim, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo,
A Corregedoria da Polícia Militar (PM) irá apura o caso, mas na esfera administrativa, porque agentes da corporação são proibidos de fazer serviços particulares, mesmo durante as suas folgas.
Vinte e quatro travestis acusam oito seguranças, segundo elas, todos agentes à paisana da Polícia Militar, de usarem violência para tentar acabar com a prostituição que há décadas existe na região. Vale lembrar que, pela lei, se prostituir não é crime. Mas policiais contratados por moradores estariam recebendo até R$ 5 mil por mês para expulsá-las de lá.
Para as vítimas, esse serviço de segurança – além de criminoso e ilegal por ser violento e feito por agentes não autorizados – é higienista e transfóbico pelo fato de propagar o preconceito às travestis que se prostituem no local.
Algumas delas relataram à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) que, desde julho deste ano, PMs sem farda vêm batendo nas travestis com socos, chutes e armas. Também contaram que policiais atiram balas de borracha nas costas e nádegas delas, chegando até a jogar bombas de efeito moral para afastá-las da Avenida Lineu de Paula Machado, Rua Sarabatana e Praça Professor Cardim.