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Mapa da Violência 2016 mostra recorde de homicídios no Brasil

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RIO – O Brasil atingiu a marca recorde de 59.627 mil homicídios em 2014. A média de 29,1 para cada grupo de 100 mil habitantes é a maior já registrada na história do país, segundo o Atlas da Violência 2016, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FPSP), e divulgado nesta terça-feira. Jovens negros e pobres são as principais vítimas. São mais de 10% dos casos de homicídios registrados no mundo.

O salto foi gradual. Segundo o estudo, entre 2004 e 2007, a média era de 48 mil a 50 mil mortes. De 2008 a 2011, o número ficou entre 50 mil e 53 mil casos. Numa comparação com 154 países, o Brasil ostenta a 12ª posição em números absolutos. Jovens de 15 a 29 anos e do sexo masculino são 46,9% das vítimas. O percentual salta para expressivos 53% quando o recorte vai para a faixa de adolescentes entre 15 e 19 anos.

As regiões Nordeste, Centro Oeste e Norte são as mais afetadas, embora as regiões Nordeste e Sul tenham apresentado o maior crescimento de 2013 para 2014. Entre os estados, no intervalo de 10 anos, o Rio Grande do Norte apresentou a maior escalada na taxa de homicídios: 308%. O vizinho estado de Alagoas é o mais violento para jovens no Brasil, com taxa de mortalidade de 140,6 para cada 100 mil habitantes entre 15 e 29 anos.

Na análise por microrregiões, o Atlas da Violência revela que 14 das 20 cidades mais violentas do país ficam no Nordeste. Na outra ponta, entre 20 cidades que apresentaram maior queda na taxa de homicídios, 13 ficam no estado de São Paulo, estado que, por sua vez, teve a maior queda em número de homicídios em dez anos, de 52,4%.

Letalidade na ação policial

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram oficialmente registrados 3.009 óbitos provocados por ações policiais no país em 2014. Os estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia são, respectivamente, os mais afetados. Os dados, no entanto, quando comparados aos de um outro sistema de contagem, o Sistema de Informações sobre Mortalidade revelam uma discrepância: de acordo com o SIM, houve 681 mortes por intervenções legais.

A análise da série histórica de 2004 a 2014 revela diferenças ainda maiores, com 6.665 óbitos contabilizados pelo SIM e 20.418 mortes na contagem do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Há, no primeiro sistema, o fenômeno de subnotificação.

Baixa escolaridade

Tempo de escola também é determinante. Segundo o Atlas da Violência 2016, jovens com baixa escolaridade estão muito mais suscetíveis a mortes por homicídios. Um jovem de 21 anos, idade de pico das mortes por homicídios, e com menos de sete anos de estudo, tem 16,9 vezes mais chances de ter uma morte violenta do aquele que chega ao ensino superior.

A situação socioeconômica também é considerada fator determinante para o risco de morte. O balanço do IPEA e do FPSP mostra que, aos mesmos 21 anos, as chances de jovens pretos e pardos morrerem por homicídios são 147% maiores do que de jovens de outros grupos étnicos. Entre 2004 e 2014, houve um crescimento de 18,2% de homicídios contra negros, e uma diminuição de 14,6% entre pessoas que não são pretas ou pardas.


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