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Manifestantes fazem ato contra impeachment na Praça da Sé, em SP

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SÃO PAULO – Milhares de manifestantes convocados por entidades e movimentos sociais realizaram na tarde e na noite desta quinta-feira mais um ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, na Praça da Sé, em São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, o protesto reuniu 18 mil pessoas às 19h. Os organizadores estimam que 60 mil pessoas participaram do ato.

Estiveram presentes no ato integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da juventude de partidos como PT e PSOL. Pessoas sem vinculação com partidos e eleitores de Dilma, além de representantes de entidades estudantis, sindicais e religiosas, também participaram. O ato contou, ainda, com a presença de membros da torcida do Corinthians.

Em discurso no carro de som, lideranças lembraram o aniversário do golpe militar de 31 de março, associando o atual momento político à intervenção militar para retirada do presidente João Goulart, em 1964.

Nos cartazes escritos à mão e na voz dos que pegaram o microfone na Sé, o foco era a defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff e o respeito ao resultado das eleições. As investigações sobre o ex-presidente Lula e sua defesa ficaram em segundo plano.

Organizadores distribuíram centenas de balões vermelhos com a mensagem “Não vai ter golpe”. Havia alguns cartazes com críticas ao juiz Sérgio Moro, que conduz os processo da Operação Lava-Jato, e o ministro do STF, Gilmar Mendes, além de líderes da oposição, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Cunha (PMDB). Os manifestantes pedem investigações sobre eventual pagamento de propina em Furnas durante governos tucanos e sobre as contas de Cunha no exterior.

Vestindo uma camiseta vermelha com o rosto de Dilma e a mensagem “Não vai ter golpe”, o presidente nacional do PT Rui Falcão subiu no caminhão de som, tirou fotos com militantes, mas não discursou. Em entrevista aos jornalistas presentes no ato, ele criticou o vice-presidente Michel Temer.

– Lamento que o vice eleito sob o mesmo programa de governo da presidente esteja participando disso. E isso tem nome: é golpe.

Em discurso na praça, o presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, também atacou Temer.

– O Temer tinha a chance de passar para a história como um constitucionalista, mas vai entrar para a história como um golpista – disse o dirigente petista.

Em comunicado de convocação para o protesto, os organizadores escreveram sobre a necessidade de estar nas ruas para denunciar “a ação antidemocrática de deputados que aceleram a tramitação do impeachment”.

Para o grupo, “não há base legal” para o impedimento de Dilma, por isso qualquer iniciativa neste sentido, no Congresso, deve ser tratada como “golpe”.

Os organizadores criticaram o argumento dos autores do pedido, que acusam a presidente de cometer crime de responsabilidade por meio de “pedaladas fiscais”.

“Dilma usou dinheiro da Caixa Econômica para bancar programas sociais e adiou o repasse dos recursos para o ano seguinte para fechar as contas no azul. No ano seguinte, ela fez o repasse normalmente”, escreveram as lideranças pró-Dilma no comunicado.

Para eles, “não se trata de ação para obter benefícios pessoais”. Os movimentos finalizam a nota dizendo que “outros presidentes e governadores utilizaram esse mesmo artifício fiscal”.

Muito aplaudido ao subir no carro de som, o secretário de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy cantou “Para não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, e “Blowin’ in the wind” de Bob Dylan.

– A eleição para presidente da República foi vencida legitimamente pela Dilma. É preciso dizer que é necessário respeitar a vontade do povo brasileiro – disse Suplicy.

Iniciado por volta das 16h, o protesto terminou pouco das 20h, quando os manifestantes cantaram o hino nacional.



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