‘Interinidade na Presidência não significa que o país deva parar’, diz Temer
BRASÍLIA – Em discurso no Palácio do Planalto, o presidente interino Michel Temer refutou nesta terça-feira a tese defendida pela oposição de que o afastamento de Dilma Rousseff significou uma ruptura com a Constituição. Temer afirmou que a interinidade na Presidência não significa que o país deva parar e que a “vice-presidência é consequência da Constituição”. Ele também ressaltou que é vítima de “agressões psicológicas”.
– Quero deixar claro que nós temos sido vítimas de agressões, de agressão psicológica. Não temos preocupação com isso. Os comentários são apenas para revelar que temos que cuidar do país. Aqueles que quiserem esbravejar façam o que quiserem, mas pela via legal – rebateu Temer, acrescentando:
– Devemos levar o governo adiante, aconteça o que acontecer.
O presidente disse que está há 12 dias no governo, mas que abre jornais e parece “que está há dois anos”. Temer também negou que seu governo quer “eliminar” investigações, sem citar diretamente a Operação Lava-Jato. Ele disse que não pode “invadir” a responsabilidade de outro poder e que “ninguém quer” barrar investigações. Todos querem ter direito à defesa, mas “nada em que o governo possa interferir”, afirmou.
– Muitas e muitas vezes se diz que estamos em busca de eliminar ou dificultar qualquer investigação apuratória, isso contestaria o que disse em outros momentos, não posso invadir a competência de outro poder – declarou, ressaltando:
– Não vamos impedir a apuração com vistas à moralidade pública e administrativa. Ao contrário, vamos sempre incentivá-la. Tem determinados momentos que não dá para silenciar. Se silencia é porque concorda. Se eu ficar presidente quero cumprir uma missão que Deus colocou na minha frente para que eu ajude a tirar o país da crise.


