Hapvida expande projeto que reduz em 75% o intervalo entre diagnóstico e início do tratamento do câncer de mama
Brasil – O diagnóstico de câncer de mama é um dos momentos mais desafiadores na vida de uma mulher. Ele traz consigo uma avalanche de sentimentos: o medo, as incertezas e a necessidade de enfrentar uma jornada que, muitas vezes, pode parecer solitária. Foi exatamente assim para a supervisora administrativa Raquel Santos Barbosa, que encontrou no projeto “Navegar da Mama” um apoio essencial para transformar sua experiência.
“Quando recebi a notícia da suspeita de câncer de mama, foi um choque. Senti insegurança e veio uma avalanche de pensamentos sobre minha família, minha saúde e o que seria de mim dali em diante”, conta emocionada com a lembrança. Segundo Raquel, o projeto, criado pela Hapvida, entrou em sua vida no momento em que mais precisava. Ela destaca que o diferencial foi a união entre acolhimento e agilidade no diagnóstico. “Eu não era apenas mais uma paciente. Fui tratada com empatia e respeito. Cada ligação e cada retorno mostravam o quanto a equipe se importava comigo. Isso me deu segurança e esperança”.
O “Navegar da Mama” nasceu do projeto-piloto “Alerta Rosa”, iniciado em Fortaleza em 2023 como parte do Programa Navegar, idealizado por Nina Abreu, diretora médica nacional de Qualidade da Hapvida Diagnóstico.
O objetivo era reduzir o tempo entre a suspeita e a conclusão da investigação, garantindo um acompanhamento contínuo, humano e ágil. O programa reduziu em 75% o tempo médio para o diagnóstico, de 136 para 36 dias, e, agora, busca atingir a meta de 30 dias, conforme a legislação do SUS (Sistema Único de Saúde).
“Estamos muito próximos dessa meta. Isso representa eficiência tecnológica e demonstra o avanço na experiência das pacientes”, afirma Nina Abreu. “O ‘Navegar da Mama’ é um exemplo de como a tecnologia pode caminhar lado a lado com o cuidado humano”, ressalta.
Expansão nacional e estrutura multidisciplinar
O “Navegar da Mama” já atua no Ceará, em São Paulo, em Minas Gerais, na Bahia, em Sergipe e em Alagoas, com previsão de atender todas as praças atendidas pela Hapvida até 2026, acompanhando cerca de duas mil pacientes de mama por mês.
Nos próximos meses, novas unidades serão implantadas em Recife, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, ampliando ainda mais o alcance nacional.
O programa conta com equipes multidisciplinares: mastologistas, radiologistas, oncologistas, patologistas e enfermeiras navegadoras, que acompanham cada paciente em toda a jornada, oferecendo suporte emocional, orientação prática e coordenação com os médicos. “As enfermeiras navegadoras são o coração do programa. Elas acompanham a paciente desde o primeiro exame até o resultado final. Nenhuma mulher fica sozinha nessa jornada”, assegura Nina Abreu.
Outro diferencial do “Navegar da Mama” é o atendimento concierge: cada paciente é acompanhada por um navegador dedicado, que garante comunicação contínua, agendamento de exames e acompanhamento de cada etapa do processo. “Mais do que reduzir prazos, nosso propósito é garantir que as mulheres se sintam cuidadas e seguras. O futuro do diagnóstico está na união entre inteligência artificial e inteligência emocional”, diz Nina Abreu.
Tecnologia que salva tempo – e vidas
O programa utiliza Business Intelligence (BI), automações e inteligência artificial (IA) para identificar laudos suspeitos (BI-RADS com sugestão de neoplasia) e acionar a equipe de forma imediata. Isso permite agendar exames, consultas e encaminhamentos com monitoramento em tempo real, garantindo rapidez e precisão.
Um ecossistema com linhas de navegação diagnóstica
Integrado ao Projeto Navegar Oncológico, o programa faz parte de uma estrutura que reúne 17 linhas de navegação diagnóstica, que oferecem acompanhamento contínuo desde a identificação inicial até o encaminhamento para tratamento especializado. Entre elas estão as voltadas aos sistemas abdominal, cabeça e pescoço, cerebral, congênito fetal, gastrointestinal, genital feminino e masculino, hematológico, hepatológico, ortopédico, pediátrico, dermatológico, renal e trato urinário, torácico ou pulmonar, uterino, além da linha de mama e da linha de triagem diagnóstica, que atua na detecção precoce dos casos suspeitos.
Atualmente, o projeto navega mais de três mil casos oncológicos suspeitos e oito mil pacientes críticos por mês, utilizando tecnologias preditivas e automações inteligentes para garantir acompanhamento em tempo real e direcionamento rápido aos especialistas.
Sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce
Segundo a mastologista Daniela Rodrigues Siqueira, da Hapvida, conhecer os sinais de alerta é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama. “Os principais indícios incluem nódulos palpáveis, saída de secreção sanguinolenta pelo mamilo, alterações na pele da mama, como vermelhidão, retração ou aspecto de casca de laranja, além da retração ou inversão do mamilo e nódulos palpáveis na axila. Qualquer alteração nova ou persistente deve ser avaliada por um médico”.
Ela reforça que, embora grande parte das alterações nas mamas sejam benignas, é essencial buscar atendimento médico para diferenciar condições sem gravidade daquelas que necessitam de investigação mais aprofundada. “O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de sucesso no tratamento. Hoje, temos tratamentos cada vez mais eficazes e, quando o câncer é detectado no início, as chances de remissão são muito altas”.
Prevenção: um passo essencial para salvar vidas
A prevenção é uma das principais mensagens do Outubro Rosa. Daniela explica que a mamografia é o exame mais importante para a detecção precoce do câncer de mama. “Recomendamos a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Em casos de mulheres com alto risco familiar ou histórico genético, a investigação deve começar mais cedo”, enfatiza a mastologista.
O autoexame é uma ferramenta importante para que as mulheres conheçam o próprio corpo e se atentem às modificações dele, porém ele sozinho não é suficiente para realizar a prevenção. “O autoexame não substitui os exames de imagem, mas ajuda a mulher a perceber mudanças no padrão habitual das suas mamas. Ele pode ser feito a partir da adolescência, sempre após o período menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis”.
A mensagem de Raquel: força e esperança
Raquel deixa uma mensagem de encorajamento para outras mulheres que enfrentam o diagnóstico de câncer de mama. “Venci uma etapa muito importante e repetirei os exames daqui a 6 meses. Não deixem o medo paralisar vocês. O diagnóstico assusta, mas é possível atravessar essa jornada com força e esperança. Acreditem em Deus e confiem na equipe médica que, no fim, tudo pode dar certo”.