Grupos pró e contra impeachment protestam em frente a hotel onde Lula fará palestra
SÃO PAULO – Cerca de 20 manifestantes pró-impeachment e 20 contra o impeachment protestam na manhã desta segunda-feira na frente do Hotel Maksoud Plaza, onde dirigentes petistas, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participam de um debate. Os manifestantes favoráveis ao governo estenderam uma faixa no chão com a frase “Não vai ter golpe”. Durante seminário, o presidente do PT, Rui Falcão, voltou a afirmar que o governo do vice-presidente Michel Temer não terá trégua.
Do outro lado, as pessoas portavam cartazes de apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava-Jato. Motoristas que passam na frente do hotel, localizado na Bela Vista, buzinavam para os manifestantes.
Nesta segunda-feira, Lula é aguardado para participar do seminário “Democracia e Justiça Social” da Aliança Progressista, uma rede de partidos e organizações de todo o mundo, que fará um encontro no Brasil organizado pelo PT com representantes de dezenas de organizações partidárias da África, Ásia, América Latina, Oceania e Europa, entre elas o PRD do México, o Partido Democrático Italiano e o social democrata (SPD) alemão.
Participam do seminário o ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’Alema, presidente da Fundação de Estudos Progressistas Europeus; Monica Xavier, secretária-geral do Partido Socialista do Uruguai, o ex-prefeito da Cidade do México Marcelo Ebrard, e representantes de organizações partidárias, sindicais e de juventude da Argentina, Índia, Romênia, Nepal, Camarões, Suécia, Israel, entre outros países.
RUI FALCÃO
Durante discurso, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o governo do vice-presidente Michel Temer não terá trégua. – Se a oposição de direita insistir na deposição da presidente, reafirmamos que não haverá trégua nem respeito a um governo usurpador, sem o referendo do voto popular e, portanto, ilegítimo e ilegal – disse Falcão.
O dirigente petista afirmou ainda que espera contar com “a solidariedade dos democratas de todos os países” para o que ele chama de “atentado à democracia” não se consume.
Falcão também atacou Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Voltou ainda a classificar o impeachment de golpe por, segundo ele, não haver crime de responsabilidade contra a presidente.
– Traidor de sua colega de chapa, contra a qual conspira abertamente, Temer já anunciou um programa antipopular, de supressão de direitos civis e sociais, de privatizações e de entrega do patrimônio nacional a grupos estrangeiros.
Mais cedo, Rui Falcão usou sua página em uma rede social para dizer que a militância petista está convocada “para deter o golpe”. “A partir de hoje, o processo farsesco chega ao Senado, a quem cabe decidir, por maioria simples, sobre o afastamento da presidenta – sem crime e sem base legal, a não ser a vingança e o desejo de poder a qualquer custo dos conspiradores”, escreveu Rui Falcão.
O presidente do PT escreveu ainda que “reação ao golpe precisa ser intensificada, ampliar-se até os locais de trabalho, às escolas, às periferias, às favelas, com atos e manifestações em todas as cidades. A abordagem aos senadores, em seus Estados e no Congresso, é fundamental, mesmo diante da contagem antecipada pela mídia monopolizada. Mais que nunca, é urgente o diálogo da presidenta com os movimentos sociais, com os partidos populares, com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem medo”.
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