Grupo Refit é alvo de operação por fraude de R$ 26 bilhões no setor de combustíveis
Brasil – O Grupo Refit, empresa do setor de combustíveis, é alvo de uma megaoperação interestadual deflagrada na manhã desta quinta-feira (27) sob suspeita de integrar um esquema de fraude fiscal em larga escala que teria provocado um prejuízo superior a R$ 26 bilhões aos cofres públicos em todo o Brasil.
Levantamento apurado aponta que apenas o estado de São Paulo acumulou perdas de mais de R$ 9 bilhões entre 2007 e 2024. De acordo com as investigações, a companhia figura entre os maiores devedores de ICMS do estado e também está na lista dos principais inadimplentes de tributos federais.
Auditores da Receita Federal identificaram que o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano por meio de empresas próprias, fundos de investimento e offshores, incluindo uma exportadora localizada fora do país. Segundo o órgão, a estrutura teria sido usada para ocultar lucros e blindar o patrimônio da organização.
A Receita classifica a Refit como “devedora contumaz”, termo aplicado a empresas que deixam de recolher impostos de forma reiterada e deliberada, não por atrasos pontuais, mas como prática sistemática de descumprimento das obrigações fiscais.
As apurações também revelam vínculos financeiros entre o grupo e pessoas investigadas na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025, que investiga fraudes no setor de combustíveis e a infiltração do PCC em atividades econômicas estratégicas.
Operação Poço de Lobato
A ação, batizada de Operação Poço de Lobato, tem como alvo 190 empresas e pessoas físicas suspeitas de integrarem a organização criminosa. Estão sendo cumpridos 126 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal.
Cerca de 621 agentes de segurança participam da operação, coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em parceria com o CIRA-SP (Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos), Receita Federal e Procuradoria da Fazenda Nacional. O foco é desarticular um esquema de fraude estruturada de ICMS, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem econômica.
Entre os investigados estão sócios, diretores, administradores e outros integrantes de empresas supostamente envolvidas no esquema.


