Funcionária da Petrobras protesta contra a volta do trabalho presencial: “está elevando meu nível de estresse”; veja vídeo
Brasil – O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) divulgou nesta quarta-feira (19/3) um vídeo em que a funcionária da Petrobras, Luciana Frontin, critica a decisão da estatal de aumentar de dois para três os dias obrigatórios de trabalho presencial por semana. No depoimento, ela afirma que a medida tem causado estresse e sintomas físicos que nunca havia experimentado em seus 17 anos na empresa.
No vídeo publicado pelo Sindipetro-RJ no Instagram, Frontin lê uma carta aberta à Diretoria Executiva da Petrobras. No texto, ela manifesta preocupação com a falta de negociação entre a empresa e os trabalhadores para a definição da nova política de presencialidade. Segundo a funcionária, apenas a antecipação da mudança já tem causado ansiedade, afetando seu bem-estar e produtividade.
Ela destaca que precisa de autonomia para gerenciar seu tempo de forma saudável e equilibrar o trabalho com suas responsabilidades familiares. “Se vamos sacrificar nossa saúde e bem-estar pela empresa, no mínimo isso precisa fazer sentido para nós — e não está fazendo”, declara na carta.
Valores Institucionais e Direitos dos Trabalhadores
A funcionária também menciona os valores institucionais da Petrobras, que incluem preocupação com o bem-estar dos trabalhadores. Segundo ela, a empresa orienta seus gestores a dedicarem tempo ao bem-estar dos empregados, promoverem inclusão e demonstrarem empatia ao lidar com desafios e emoções dos funcionários.
Em sua carta, ela pede que a Diretoria Executiva reavalie a mudança e proponha alternativas que considerem as necessidades dos trabalhadores, especialmente de grupos mais afetados, como mães solo e cuidadores de dependentes.
Posicionamento do Sindipetro-RJ e Petrobras
O Sindipetro-RJ ainda não esclareceu se a carta lida por Frontin reflete a posição oficial do sindicato. A diretoria da Petrobras anunciou a mudança em 9 de janeiro de 2025, alegando necessidade de reorganização interna. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a decisão foi tomada sem consulta prévia às entidades sindicais. A Petrobras convocou a FUP para uma reunião sobre o tema, mas a federação recusou o convite, classificando a iniciativa como tentativa de desmobilização da categoria.
A polêmica continua gerando debates dentro da estatal e nas redes sociais, onde o vídeo do protesto de Luciana Frontin viralizou. O desfecho da questão dependerá das próximas negociações entre Petrobras e os trabalhadores.