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FH avaliza entrada de PSDB em eventual governo Temer

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SÃO PAULO — O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dito a interlocutores nos últimos dias que não se opõe à participação do PSDB em um eventual governo comandado pelo vice-presidente Michel Temer. Por outro lado, nessas conversas, FH não tem incentivado a indicação de nomes do partido para ministérios, segundo lideranças tucanas. O partido deve decidir, na próxima semana, se participa diretamente de um eventual novo governo ou se apenas oferece apoio a Temer em votações no Congresso.

Os dois lados têm utilizado a posição de Fernando Henrique para tentar convencer seus pares. Políticos próximos a FH acham pouco provável que ele tente influenciar publicamente a decisão do partido e dizem que o ex-presidente está mais interessado em dar conselhos sobre como deve ser a transição caso prospere o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nas últimas semanas, ele tem sido procurado por aliados de Temer para debater o assunto.

O partido deve dar a palavra final sobre sua participação no eventual governo Temer na reunião da executiva do partido, em 3 de maio. Enquanto o presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), defende que os tucanos deem suporte apenas no Congresso, o vice-presidente, Alberto Goldman (SP), afirma que o partido tem o dever de integrar um novo governo:

— O PSDB esteve à frente de todo o processo (de impeachment). A partir do momento que ele é aceito, é natural que o PSDB participe do governo. Não podemos nos pautar por interesses de lideranças do partido nas eleições de 2018. Não tem cabimento se pautar por processo eleitoral — afirmou Goldman, que completou: — Claro que não vamos participar do governo sem colocar pautas mínimas, mas não participar me parece contrassenso.

O diretório paulista do PSDB, ligado ao governador Geraldo Alckmin, pretende fazer uma consulta interna para apresentar uma posição fechada na reunião da executiva. Serão enviados e-mails para os cerca de 78 mil filiados ao partido no estado para saber o que eles esperam das lideranças em um eventual governo Temer. O deputado estadual Pedro Tobias, presidente do diretório, acredita que o partido deve tomar essa decisão com calma.

— O PSDB tem que discutir a questão estrutural do país. Não é só ter espaço aqui, ali no governo. Isso o país não aguenta mais — disse Tobias.

CÚPULA DO PSDB ESPERA GANHAR TEMPO

Nesta terça-feira, o senador José Serra (PSDB-SP) defendeu que o PSDB apresente uma agenda de propostas ao vice-presidente Michel Temer e que, se ele aceitar, o partido aceite participar de um eventual governo, caso a presidente Dilma seja afastada. Serra disse que a participação do PSDB seria uma “responsabilidade para com o Brasil”.

Cotado para o Ministério da Fazenda, Serra negou ter recebido convite de Temer ainda, mas criticou a posição de alguns dirigentes do PSDB que defenderam a licença de tucanos do partido caso queiram assumir cargos num eventual governo. A medida foi sugerida pelo secretário-geral do PSDB, Sílvio Torres.

Ao mesmo tempo, a cúpula do PSDB espera ganhar tempo para definir uma posição sobre cargos em um eventual governo. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e os líderes do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), fecharam questão, nesta segunda-feira, e estabeleceram um discurso no qual as discussões sobre cargo são irrelevantes nesse momento. Para os parlamentares, o ponto central agora é negociar com Temer um documento programático, com oito a 10 temas, baseado no tripé “moral, econômico e social”. O discurso contrapõe a interlocução que Serra mantém com Temer.


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