Em Brasília, Lula organiza encontros com senadores em busca de apoio contra impeachment
BRASÍLIA — O ex-presidente Lula se reuniu com senadores nesta terça-feira, em Brasília, e pediu que arranjem reuniões suas com parlamentares que já foram da base do governo, na tentativa de “virar” mais alguns votos para a votação no plenário do Senado, que acontece no dia 11 de maio. Para que o impeachment seja aprovado pelo Congresso, com o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff, 41 dos 81 senadores devem votar contra o governo.
A estratégia dos tête-à-têtes é chegar a cerca de um terço dos votos a favor do governo. Ainda que esse número, cujo teto máximo, em previsões otimistas, é de 30 votos pró-Dilma, não garanta à petista a permanência no cargo, ele pode “animar a tropa” a lutar pelo governo nos 180 dias em que a presidente fica afastada do cargo, caso o impeachment realmente seja aprovado. E a tentar reverter o afastamento definitivo da presidente.
— No período de até seis meses, muita coisa pode acontecer, por isso não dá para estabelecer uma estratégia específica. Obviamente que, se a gente tiver mais de um terço dos votos nesse momento, anima a tropa e a gente ganha mais argumentos para lutar — disse o senador Humberto Costa (PT-CE), líder do governo na Casa.
Um outro senador que esteve no encontro com Lula disse que ter o voto de cerca de 30 senadores pode sinalizar que o afastamento definitivo ainda não está certo.
— Sugerimos a ele os nomes dos senadores que deve tentar conversar. Ele tem quemanter uma conversa para conseguir ficar do nosso lado uns 30 senadores, para sinalizar que o afastamento definitivo da Dilma não está posto — afirmou.
Na próxima terça-feira, o diretório do PT vai se reunir para discutir o possível afastamento de Dilma e que postura adotar caso isso aconteça, com foco na linha de ataque que será adotada pelo partido com relação a um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).


