Argentina diz que respeita processo contra Dilma, e Chile expressa preocupação
BUENOS AIRES — Governos latino-americanos acompanhavam desde o início desta quinta-feira a decisão do Senado Federal que admitiu o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, afastando-a do cargo.
A chanceler da Argentina, Susana Malcorra, expressou em um comunicado respeito ao “processo institucional que está se desenvolvendo”, confiando que “o desenlace da situação consolide a solidez da democracia brasileira”.
Malcorra manifestou ainda seu desejo de continuar “dialogando com as autoridades constituídas a fim de seguir com o processo de integração bilateral e regional”.
Referindo-se a Dilma como amiga, o governo do Chile expressou preocupação com um cenário de incertezas após a suspensão da presidente.
Também através de uma nota, o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, que acompanha a presidente Michelle Bachelet em uma viagem para a Europa, destacou as “excelentes relações” que tiveram com a “amiga” Dilma e seu “apoio ao Estado de Direito, aos processos constitucionais e às instituições democráticas no Brasil”.
“O Governo do Chile manifesta a sua preocupação com os acontecimentos dos últimos tempos nessa nação irmã, que têm gerado incerteza no âmbito internacional, tendo em conta o impacto do Brasil a nível regional”, acrescentou. “Sabemos que a democracia brasileira é sólida e que os próprios brasileiros saberão resolver seus desafios internos”.
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) anunciou uma entrevista coletiva de seu secretário-geral, Ernesto Samper, na manhã desta quinta-feira para discutir a situação brasileira.
Um dos principais aliados do governo petista, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ainda não se pronunciou.
Por 55 votos a favor e 22 contra, Dilma foi afastada nesta quinta-feira da Presidência, depois de uma longa sessão plenária no Senado de mais de 20 horas.