Aliado de Temer propõe eleição presidencial em outubro de 2016
BRASÍLIA – Integrante da direção nacional do PMDB, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) propôs nesta segunda-feira a realização de eleição presidencial já em outubro, juntamente com as eleições para prefeitos e vereadores. Raupp disse que a antecipação da eleição presidencial de 2018 para 2016 é a melhor forma de atravessar a atual crise política.
Raupp disse que apoiou os governos petistas de Lula e Dilma até há pouco tempo. No último dia 29, o PMDB se reuniu e aprovou, em três minutos, o desembarque do governo de Dilma Rousseff, o que beneficiaria o vice-presidente Michel Temer.
O senador peemedebista disse que se tratava de uma “proposta, uma sugestão”, mas avisou que uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) neste sentido só será formalizada se houver acordo.
— Quero lançar uma proposta, uma sugestão: antecipar as eleições presidenciais. Não seria uma renúncia ou um impeachment. As eleições presidenciais seriam em outubro, para acontecer concomitantemente com as eleições municipais. O clamor das ruas é a base política da minha proposta — disse Valdir Raupp.
Raupp é considerado um “moderado” e era vice-presidente do PMDB até a convenção do partido que elegeu nova chapa. Hoje, ele é tesoureiro adjunto do partido. Raupp disse que “jamais fará oposição sistemática e raivosa”.
— Que o povo decida por si. A própria convocação da eleição, além de acalmar a população, permitirá que os agentes econômicos e os investidores passem a ter confiança num cenário de previsibilidade e governabilidade — disse Raupp.
Ele disse que Temer não quer “atropelar” os processos.
— Então, o presidente Temer está recolhido, porque estão batendo muito nele, mas ele não tem intenção de atropelar nenhum processo.
O presidente Michel Temer me ligou uma semana antes do dia 29, que foi a aprovação do desembarque, dizendo: Raupp, não quero ser presidente da República numa situação dessas — disse Raupp.
O senador disse que a crise política não será resolvida com a aprovação ou rejeição do impeachment.
— O impeachment não vai cessar a crise, e há o temor da judicialização do processo. Mas hoje tenho dito que a situação está muito, muito, muito difícil. É (uma situação) crítica e generalizada. Esse país não vai quebrar, mas vai sofrer, levando décadas para se recuperar — disse o senador.
Raupp recebeu apoio do senador João Capiberibe (PSB-AP).
— O PSB discutirá amanhã (terça-feira) uma proposta parecida — disse Capiberibe.
IMPEACHMENT
Raupp avisou que votará a favor do impeachment, se ele chegar ao Senado, mas que trabalha por uma solução negociada entre Dilma, Temer e os presidentes dos Poderes.
_ Votarei no impeachment, mas votarei com o coração doendo — disse Raupp, avisando que á abriu seu voto em Rondônia, sua base eleitoral.