Advogada envolvida em triângulo amoroso foi morta por se negar a participar de assalto à casa de milionário
Manaus-A advogada criminalística Mara Inês Ribeiro de Lima, 49 anos, que foi assassinada, trabalhava na área criminalista e, de acordo com as investigações, tinha costume de se envolver com os seus clientes, os quais, em sua maioria, eram egressos do sistema prisional.
Ela tinha relação amorosa e bancava dois criminosos já condenados e de alta periculosidade, Weliton barros Miranda, 25 anos, o “Pastel” integrante de uma quadrilha especializada em assaltar casas lotéricas e joalherias em shoppings e supermercados, e apontado pela polícia como pivô do crime e Leonardo Elias Nahmias de Oliveira, 36 anos, o “Pezinho”.
Mara Inês foi assassinada pelo namorado, Weliton, o “Pastel”, por ter se recusado a participar de um esquema para assaltar a casa de um milionário asiático, morador da Zona Leste, e ainda o ameaçou de entregá-lo à polícia, de acordo com denúncia oferecida pelo promotor de Justiça Rogério Marques Santana.
O promotor também denunciou ainda Leonardo Elias Nahmias de Oliveira, Luciclaudio Souza Silva, o “Cláudio”, Jucicléia Ramos Miranda, Elizandra de Souza Alexandre Barbosa, a “Bárbara” por envolvimento na morte da advogada.
A advogada foi encontrada morta no dia 3 de agosto do ano passado, em um local ermo na estrada do balneário Praia Dourada, no bairro Tarumã, Zona Oeste. O corpo apresentava sinais de perfuração no pescoço e as pernas estavam amarradas.
Conforme a denúncia, Weliton pretendia roubar o empresário e prometeu dar a metade do dinheiro roubado para os chefes da facção criminosa Família do Norte (FDN) que estavam presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), entre eles Cláudio, ex-marido de uma juíza.
Weliton contou à vítima os seus planos e pediu que ela fosse a Manacapuru pegar um revólver que ele usaria para fazer o roubo. A denúncia afirma que vítima não aceitou e ainda pediu que ele desistisse, caso contrário o denunciaria à polícia. Welinton então telefonou para Cláudio, dizendo que não seria mais possível fazer o roubo devido às ameaças da advogada. Inconformado, Cláudio determinou que Weliton e Leonardo Elias matassem a advogada. De acordo com a denúncia, Bárbara foi contratada por R$ 200 para ajudar no crime.
A advogada foi atraída pelo namorado para um hotel no Centro de Manaus, onde foi rendida e amordaçada por Leonardo Elias. À noite, ela foi levada em seu próprio carro, um Prisma de cor cinza, para o local onde foi assassinada a facadas.
Denunciados
O promotor denunciou Leonardo, Weliton e Lucicláudio pelo crime de homicídio por motivo torpe; Bárbara por homicídio qualificado por promessa de pagamento e pelo emprego de dissimulação; e Jucicléia, que era camareira do hotel e viu a vítima amarrada, por omissão.