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Pena de Morte: Michael Bell é o 26º preso executado na Flórida em 2025

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Pena de Morte: Michael Bell é o 26º preso executado na Flórida

Mundo – Na noite de terça-feira, 15 de julho de 2025, a Flórida realizou a execução de Michael Bernard Bell, de 54 anos, no presídio estadual em Starke. Bell, condenado à morte em 1995 pelo assassinato de Jimmy West, de 23 anos, e Tamecka Smith, de 18 anos, foi executado por injeção letal às 18h25, segundo Bryan Griffin, porta-voz do governador Ron DeSantis. Esta foi a 26ª execução nos Estados Unidos em 2025, superando o total de 25 do ano anterior e marcando o maior número desde 2018, com mais de cinco meses ainda restantes no ano.

Os assassinatos ocorreram em dezembro de 1993, em Jacksonville, Flórida, quando Bell, motivado por vingança, abriu fogo com um fuzil AK-47 contra um carro estacionado em frente ao Moncrief Liquors and Lounge. Segundo registros judiciais, Bell acreditava que o veículo pertencia a Theodore Wright, responsável pela morte de seu irmão, Lamar Bell, em um tiroteio meses antes. Desconhecendo que Wright havia vendido o carro a seu meio-irmão, Jimmy West, Bell planejou o ataque com dois amigos, aguardou as vítimas saírem do bar e disparou 12 tiros contra West e quatro contra Smith, que morreram no local e a caminho do hospital, respectivamente. Uma terceira mulher no veículo sobreviveu ilesa, e testemunhas relataram que Bell também atirou contra uma multidão antes de fugir.

Além dos assassinatos de West e Smith, Bell foi condenado por outros três homicídios: em 1989, ele matou sua ex-namorada, LaShawn Cowart, e o filho dela de dois anos, Travis; e, quatro meses antes do ataque no bar, assassinou o namorado de sua mãe, Michael Johnson. Apesar de ter recebido penas de 25 anos por esses crimes, foi a condenação pelos assassinatos de 1993 que o levou ao corredor da morte.

Tentativas de adiamento e contexto da execução

Os advogados de Bell lutaram até o último momento para suspender a execução, apresentando recursos à Suprema Corte da Flórida e à Suprema Corte dos EUA. Eles alegaram novas evidências, incluindo depoimentos de testemunhas que recuaram, afirmando terem sido coagidas por investigadores a mentir durante o julgamento de 1995. No entanto, a Suprema Corte da Flórida rejeitou o pedido por unanimidade, apontando em um parecer de 54 páginas a “evidência esmagadora” da culpa de Bell. A Suprema Corte dos EUA também negou o pedido de suspensão na terça-feira, horas antes da execução.

Durante o processo, Bell permaneceu em silêncio sobre os crimes. Quando questionado pelo diretor da prisão sobre suas últimas palavras, ele declarou: “Obrigado por não me deixarem passar o resto da minha vida na prisão.” Bell acordou às 6h30 no dia da execução, comeu sua última refeição — um omelete, bacon, batatas fritas e suco de laranja — e se encontrou com um conselheiro espiritual, sem receber outras visitas.

Flórida lidera execuções nos EUA

A execução de Bell foi a oitava na Flórida em 2025, igualando o recorde estadual de 1984 e 2014, com uma nona execução já agendada para o final de julho. O estado superou Texas e Carolina do Sul, que realizaram quatro execuções cada, enquanto Alabama executou três, Oklahoma duas, e Arizona, Indiana, Louisiana, Mississippi e Tennessee, uma cada.

O aumento no número de execuções reflete uma postura mais agressiva do governador Ron DeSantis, que assinou oito ordens de execução este ano, aproximando-se de um recorde histórico no estado. Segundo John Blume, diretor do Cornell Death Penalty Project, esse aumento não está ligado a um crescimento no apoio público à pena de morte, mas sim à discricionariedade dos governadores estaduais. Blume destacou uma ordem executiva de Donald Trump, assinada em seu primeiro dia de volta à Casa Branca, incentivando procuradores a buscar a pena capital. “Parece que importa ao presidente, então importa aos governadores”, disse Blume.





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