Governador da Flórida afirma que motoristas podem atropelar manifestantes caso se sintam em perigo; veja vídeo
Mundo – Uma declaração do governador da Flórida, Ron DeSantis, viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (12/6), gerando intensos debates e críticas. Em entrevista ao The Rubin Report, DeSantis afirmou que motoristas na Flórida têm o direito de atropelar manifestantes que bloqueiem ruas, caso se sintam ameaçados ou em perigo. A fala, que reacende discussões sobre a controversa lei “anti-motim” assinada por ele em 2021, ocorre em meio a protestos contra operações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) em várias partes dos Estados Unidos.
“Se você está dirigindo e uma multidão cerca seu veículo, ameaçando você, você tem o direito de fugir para sua segurança. Se você atropelar alguém, a culpa é deles por interferirem no seu caminho. Você não precisa ficar parado, como um alvo fácil, esperando a multidão te arrastar do carro”, declarou DeSantis, conforme amplamente compartilhado em redes sociais. A afirmação, endossada por sua assessoria de imprensa, reforça a legislação estadual que isenta motoristas de responsabilidade civil por ferir ou matar manifestantes em situações de “fuga por segurança”.
A lei, oficialmente chamada de “Combating Violence, Disorder, and Looting and Law Enforcement Protection Act” (HB 1), foi implementada em 2021 como resposta às manifestações nacionais após a morte de George Floyd em 2020. Ela define um “motim” como qualquer distúrbio envolvendo três ou mais pessoas com intenção de violência ou desordem, permitindo punições severas, como prisão sem fiança até a primeira audiência judicial e multas elevadas. Críticos, incluindo a ACLU da Flórida, argumentam que a legislação é inconstitucional, por violar direitos de liberdade de expressão e assembleia, além de ser vaga e excessivamente ampla, criminalizando até mesmo protestos pacíficos onde ocorra violência alheia. Em 2021, um juiz federal chegou a suspender a lei, considerando-a uma afronta à Primeira Emenda, mas DeSantis prometeu recorrer.
A declaração de DeSantis surge em um contexto de protestos intensos nos EUA, especialmente contra operações do ICE, como as registradas em Los Angeles e Chicago. Um incidente recente em Chicago, onde um motorista atingiu manifestantes, ferindo uma mulher de 66 anos, foi citado pelo apresentador Dave Rubin durante a entrevista. Apesar de imagens sugerirem que o motorista não foi diretamente ameaçado, DeSantis defendeu a política da Flórida, contrastando-a com abordagens mais “lenientes” em outros estados. Organizações como a No Kings, que planeja protestos pacíficos para 14 de junho, reforçam seu compromisso com a não-violência, criticando a retórica do governador como um incentivo à violência.
A fala de DeSantis gerou reações polarizadas. Nas redes sociais, apoiadores, como o usuário @iAnonPatriot, celebraram a postura, enquanto críticos, incluindo ativistas e legisladores democratas, como o senador Shevrin Jones, condenaram a medida como uma ameaça aos direitos constitucionais. Jones, em 2021, já havia alertado que a lei visa “silenciar vozes que lutam por justiça”, especialmente em comunidades negras e minoritárias. Uma pesquisa informal online, com cerca de 12 mil votos, indicou que 85% dos participantes apoiam a política de DeSantis, mas a amostra não é representativa e reflete apenas o sentimento de uma parcela específica da internet.
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