Ghislaine Maxwell é transferida de prisão na Flórida para instalação no Texas
Mundo – Ghislaine Maxwell, condenada por auxiliar o financista e criminoso sexual Jeffrey Epstein no abuso sexual de meninas menores de idade, foi transferida da prisão de baixa segurança FCI Tallahassee, na Flórida, para o Federal Prison Camp em Bryan, Texas, uma instalação de segurança mínima, informou o Departamento de Prisões dos EUA (BOP) na sexta-feira (01/08).
A mudança ocorre enquanto Maxwell busca anular sua condenação de 20 anos, e o caso continua a atrair atenção pública e política. A transferência, confirmada pelo advogado de Maxwell, David Markus, aconteceu uma semana após a socialite britânica se reunir com o procurador-geral adjunto dos EUA, Todd Blanche, que a procurou para discutir possíveis envolvimentos de outras pessoas nos crimes de Epstein.
Embora Markus tenha confirmado a mudança, ele optou por não comentar detalhes adicionais. O BOP, por sua vez, justificou a transferência com base em fatores como “o nível de segurança e supervisão que o preso requer”, mas não forneceu informações específicas sobre a decisão.
O Federal Prison Camp em Bryan é classificado como uma instituição de segurança mínima, o nível mais baixo do sistema prisional federal, com cercas de perímetro limitadas ou inexistentes. Em contraste, a FCI Tallahassee, onde Maxwell estava detida, possui cercas duplas e maior proporção de funcionários por detento, típica de instalações de baixa segurança.
O encontro de Maxwell com Blanche reacendeu debates sobre o caso Epstein, especialmente em um momento em que o presidente Donald Trump enfrenta pressões de sua base conservadora e de democratas no Congresso para divulgar mais informações das investigações do Departamento de Justiça. O governo busca aprovação judicial para liberar transcrições de depoimentos de policiais perante os grandes júris que indiciaram Maxwell e Epstein, documentos que, por regra, permanecem confidenciais. Dois juízes federais em Manhattan avaliam os pedidos.
Maxwell foi condenada em 2021 por recrutar e preparar meninas para serem abusadas por Epstein, que morreu por suicídio em 2019 em uma prisão de Manhattan enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual. Ela se declarou inocente e atualmente aguarda uma decisão da Suprema Corte dos EUA sobre seu pedido de anulação da condenação. Questionado sobre um possível perdão presidencial, Markus afirmou que Maxwell busca alívio de Trump, que, por sua vez, disse não ter considerado a possibilidade. O caso continua a gerar controvérsias, com implicações que vão além do sistema judicial, alimentando discussões sobre transparência e justiça em um dos escândalos mais notórios das últimas décadas.
