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Caminhoneiro indiano pode pegar 45 anos de prisão após causar acidente fatal na Flórida; veja vídeo

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Caminhoneiro indiano pode pegar 45 anos de prisão após causar acidente fatal na Flórida; veja vídeo

Mundo – O indiano Harjinder Singh, de 28 anos, enfrenta uma possível pena de até 45 anos de prisão após ser acusado de homicídio culposo por um acidente de caminhão que deixou três pessoas mortas na Flórida. O caso ganhou repercussão internacional e acendeu debates sobre imigração, discriminação e falhas na fiscalização do setor de transporte nos Estados Unidos.

O acidente ocorreu em 12 de agosto, quando Singh, natural da vila de Rataul, no distrito de Tarn Taran, em Punjab (Índia), conduzia um caminhão-trator pela Florida Turnpike. Segundo as investigações, ele teria feito uma conversão ilegal em uma área restrita a “uso oficial apenas”, bloqueando as quatro pistas da rodovia. Uma minivan que seguia em alta velocidade não conseguiu frear e colidiu violentamente contra o caminhão. Dois passageiros morreram no local e o terceiro veio a óbito no hospital.

Petição por clemência

A família de Singh, que vive no estado de Punjab, lançou uma campanha pedindo misericórdia à Justiça norte-americana. Uma petição online já reuniu milhares de assinaturas, argumentando que o motorista não teve intenção criminosa e que deve ser considerado o contexto de sua condição de imigrante.

“Ele é jovem, trabalhava para sustentar sua família e nunca quis causar mal a ninguém. Pedimos que a corte leve em conta que foi um acidente trágico, não um ato deliberado”, declarou um parente próximo à imprensa local.

Irregularidades e falhas na fiscalização

O caso expôs falhas graves no processo de habilitação de caminhoneiros nos EUA. Documentos revelados pelo Departamento de Transportes (DOT) mostram que Singh havia sido reprovado em testes de proficiência em inglês e em sinalização rodoviária após o acidente. Ele acertou apenas 2 de 12 perguntas no exame de inglês e identificou 1 de 4 placas de trânsito.

Apesar disso, Singh conseguiu obter carteiras de motorista comerciais (CDL) nos estados da Califórnia e de Washington, considerados “santuários” para imigrantes. O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que a tragédia era “evitável” e criticou duramente a falta de fiscalização:

“Este acidente foi causado por decisões imprudentes e agravado por falhas desprezíveis. As políticas radicais de imigração e a falta de fiscalização transformaram o setor de caminhões em uma fronteira sem lei”, declarou Duffy.

Debate político e acusações de discriminação

O caso rapidamente se tornou alvo de disputa política. O ex-presidente Donald Trump acusou os estados que emitiram as licenças de serem cúmplices de tragédias como essa, enquanto o governador da Califórnia, Gavin Newsom, rebateu afirmando que a tragédia está sendo usada de forma “politicamente oportunista”.

Comunidades de caminhoneiros punjabi, que representam uma parcela significativa dos motoristas de carga nos EUA, denunciaram discriminação e preconceito. Muitos defendem que a tragédia não pode ser usada para justificar medidas generalizadas contra imigrantes.

Futuro incerto

Atualmente preso no condado de St. Lucie, Singh aguarda julgamento pelas três acusações de homicídio veicular. Caso condenado, pode passar até 45 anos em prisão federal. Sua defesa pretende argumentar que o acidente foi resultado de falhas de treinamento e barreiras linguísticas, e não de negligência intencional.

Enquanto isso, a comoção cresce tanto nos EUA quanto na Índia. De um lado, familiares e apoiadores pedem compaixão. Do outro, autoridades e vítimas exigem justiça rigorosa.

O caso de Harjinder Singh se tornou mais que um julgamento individual: ele simboliza a colisão entre políticas de imigração, segurança viária e tensões políticas que se intensificam a cada acidente envolvendo imigrantes no país.





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