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Barões do açúcar na Flórida acumulam fortuna de US$ 4 bilhões e estreitam laços com Donald Trump

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Barões do açúcar na Flórida acumulam fortuna de US$ 4 bilhões e estreitam laços com Donald Trump

Mundo – Os magnatas Alfonso “Alfy” e José “Pepe” Fanjul, herdeiros de um império açucareiro que começou em Cuba e floresceu na Flórida, voltam a ocupar o centro das atenções nos bastidores do poder norte-americano. Avaliada em cerca de US$ 4 bilhões, a família Fanjul comanda o grupo Florida Crystals — maior produtora de açúcar de cana dos Estados Unidos e dona de marcas como Domino Sugar — e mantém relações estreitas com Donald Trump, de quem são aliados políticos e doadores milionários.

Recentemente, os Fanjuls voltaram aos holofotes após o ex-presidente pressionar a Coca-Cola a utilizar açúcar de cana “americano” em seus refrigerantes. A empresa planeja lançar uma nova linha com o ingrediente ainda neste outono, e os Fanjuls estão entre os principais candidatos a fornecer o produto — um movimento que pode render bilhões à família e consolidar sua posição como os “reis do açúcar” da América.

Um império construído à sombra do poder

Refugiados de Cuba após a Revolução de 1959, os irmãos Fanjul reconstruíram seu império nas margens do Lago Okeechobee, na Flórida. Com apenas US$ 640 mil, adquiriram terras e engenhos e inauguraram sua primeira usina de açúcar americana em 1960. Desde então, expandiram seus negócios para o turismo e o setor imobiliário, incluindo o luxuoso Casa de Campo Resort, na República Dominicana.

O poder econômico se traduziu também em influência política. Os Fanjuls financiaram campanhas de Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama e, mais recentemente, Donald Trump. Pepe Fanjul, de 81 anos, é presença constante em eventos de arrecadação de fundos do republicano — inclusive durante o período em que Trump enfrentava julgamento em Nova York, em 2024.

Desde 2016, a família e suas empresas já doaram mais de US$ 7 milhões a comitês e Super PACs ligados a Trump, além de US$ 24 milhões em campanhas federais e estaduais da Flórida desde os anos 1970.

Negócios doces e polêmicas amargas

Os Fanjuls também são conhecidos por se beneficiarem de décadas de políticas federais que mantêm os preços do açúcar americano quase o dobro do valor praticado no mercado internacional. Recentemente, o governo Trump ampliou os subsídios ao setor e impôs tarifas de 50% sobre o açúcar importado do Brasil, medida que favorece diretamente os produtores da Flórida.

Mas a trajetória dos barões do açúcar é marcada por controvérsias. O grupo enfrenta críticas ambientais por supostos danos aos pântanos do Everglades, além de denúncias antigas de trabalho forçado na República Dominicana, onde controla 35% da Central Romana, maior produtora de açúcar do país. As restrições impostas à empresa durante o governo Biden foram suspensas em 2024, após auditorias indicarem “melhorias nas condições trabalhistas”.

Em resposta, um representante da família declarou que “os Fanjuls representam o verdadeiro Sonho Americano — construído com trabalho árduo, determinação e ética”.

O doce poder da Flórida

Hoje, a Florida Crystals produz cerca de 16% do açúcar bruto dos Estados Unidos e movimentou US$ 5,5 bilhões em receita em 2024. A empresa também investe em imagem sustentável, afirmando operar a maior fazenda orgânica regenerativa certificada do país, além de uma usina de energia renovável movida à fibra de cana.

Com o apoio político de Trump e a possível parceria com a Coca-Cola, o império dos Fanjuls promete crescer ainda mais — reforçando o papel da Flórida não apenas como reduto político republicano, mas também como capital do açúcar americano.

Enquanto o país debate os limites da influência corporativa e das relações entre negócios e poder, os Fanjuls seguem o mesmo lema que os guiou desde a fuga de Havana: quem controla o açúcar, adoça a política.



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