Após 46 anos, homem que matou menina de 6 anos será executado na Flórida; veja vídeo
Mundo – O ex-fuzileiro naval Bryan Frederick Jennings, de 66 anos, condenado pelo assassinato brutal de uma menina de 6 anos em 1979, está programado para ser executado nesta quinta-feira (13) na Flórida. O caso, que chocou o país há mais de quatro décadas, marcará a 16ª execução realizada sob o governo do republicano Ron DeSantis, um recorde desde que a pena de morte foi restabelecida no estado, em 1976.
A execução por injeção letal está marcada para as 18h (horário local), na Prişão Estadual da Flórida, próxima à cidade de Starke. Jennings foi condenado e sentenciado à morte três vezes pelo assassinato de Rebecca Kunash, em Brevard County. As duas primeiras condenações foram anuladas, mas a terceira, em 1986, manteve a pena capital. A Suprema Corte dos Estados Unidos negou seu último recurso na quarta-feira (12).
Um crime que chocou a Flórida
De acordo com os registros do tribunal, Jennings tinha 20 anos e estava de licença do Corpo de Fuzileiros Navais quando, na noite de 11 de maio de 1979, retirou a tela da janela do quarto da menina enquanto seus pais estavam em outro cômodo. Ele sequestrou Rebecca, levou-a de carro até um canal, a violentou e, em seguida, a golpeou com tanta força que a menina teve o crânio fraturado. O corpo foi encontrado horas depois, no mesmo canal, onde ela morreu afogada.
Jennings foi preso poucas horas depois, inicialmente por um mandado de trânsito. Investigadores descobriram que ele correspondia à descrição de um homem visto perto da casa da vítima e encontraram impressões digitais dele na janela por onde a menina foi levada, além de pegadas idênticas às de seus sapatos e roupas molhadas.
O endurecimento das execuções na gestão DeSantis
Desde o início de 2025, o governador Ron DeSantis intensificou a aplicação da pena de morte no estado. Ele já ordenou mais execuções em um único ano do que qualquer outro governador desde 1976. Duas novas execuções estão programadas: Richard Barry Randolph, em 20 de novembro, e Mark Allen Geralds, em 9 de dezembro — o que elevará o total do ano para 18 mortes.
Em entrevista recente, DeSantis justificou o número recorde afirmando que busca “fazer justiça às famílias das vítimas” que esperam há décadas pelo cumprimento das sentenças.
“Alguns desses crimes foram cometidos nos anos 1980. Justiça adiada é justiça negada. Se eu acreditasse que alguém fosse inocente, eu não autorizaria a execução”, declarou o governador.
Controvérsias e críticas
Advogados de Jennings argumentam que ele passou meses sem assistência jurídica antes de o governador assinar sua ordem de execução — o que violaria seu direito constitucional à defesa. Também afirmam que ele não teve audiência de clemência desde 1988.
A organização Floridians for Alternatives to the Death Penalty, contrária à pena de morte, pediu que a Suprema Corte reavaliasse o caso, denunciando a “politização do processo”.
“O sistema de pena de morte da Flórida se tornou irreconhecível. Jennings ficou anos sem advogado, foi negado um novo pedido de clemência e acabou escolhido para execução por conveniência política”, criticou Maria DeLiberato, diretora jurídica e de políticas da entidade.
Além da condenação por homicídio, Jennings cumpre penas de prisão perpétua pelos crimes de sequestro, agressão sexual e invasão de domicílio.
Execuções nos Estados Unidos
Com a morte de Jennings, 40 pessoas terão sido executadas nos EUA em 2025, e outras 18 estão na fila para execução até o final deste ano e durante 2026.
Na Flórida, o protocolo de injeção letal inclui três substâncias: um sedativo, um paralisante muscular e um fármaco que provoca a parada cardíaca, segundo o Departamento de Correções do estado.


