Boxeador que lutava para sustentar a esposa grávida morre após ser nocauteado no Paraná; veja vídeo
Brasil – O boxeador amador Lucas Lazarini, de 28 anos, morreu na noite de sexta-feira (18/4) após complicações de uma hemorragia cerebral sofrida durante a Copa Paraná de Boxe Amador, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Internado há seis dias na UTI do Hospital do Trabalhador, em Curitiba, Lucas não resistiu ao trauma causado por um nocaute no dia 12 de abril. A luta, que seria sua última antes de uma pausa para se dedicar à esposa grávida, Isabela Melo, terminou em tragédia, deixando a comunidade esportiva e sua família em luto.
Lucas, que completaria 29 anos na quarta-feira (23/4), era integrante da Panda Fight Team, de Ponta Grossa, e sonhava em abrir sua própria academia de boxe. Segundo Isabela, grávida de um mês de uma gestação de risco, o casal planejava uma nova fase: Lucas queria focar em dar aulas como treinador credenciado, profissão que abraçara com entusiasmo após se formar recentemente. “O boxe era a paixão dele. Ele queria trabalhar com isso”, contou Isabela ao g1. O casal, em união estável, também marcara o casamento civil e a festa para 20 de maio, em um momento de felicidade interrompido pela tragédia.
O nocaute fatal
No dia 12 de abril, durante o terceiro round da competição, Lucas foi atingido por um soco na lateral direita do rosto, que provocou um movimento brusco de seu pescoço, descrito por Isabela como um “chicote”. O golpe, ocorrido a 2 minutos e 47 segundos do fim do round, derrubou o atleta, que não conseguiu se levantar. Atendido imediatamente pela equipe médica do evento, ele foi levado ao hospital, onde exames confirmaram a hemorragia cerebral. Apesar de uma cirurgia de emergência, seu quadro se agravou ao longo da semana, culminando em sua morte. Um vídeo do momento do nocaute, que circula nas redes sociais, não será reproduzido aqui devido à sua natureza sensível.
A Federação Paranaense de Boxe, organizadora do evento, afirmou que todos os protocolos de segurança foram seguidos, com equipe médica presente e exames prévios apresentados por Lucas, conforme exigido. Em nota, a entidade lamentou profundamente a perda, descrevendo o atleta como “dedicado, talentoso e apaixonado pelo esporte” e reforçando seu compromisso com a segurança dos competidores.
A morte de Lucas abalou amigos, familiares e a comunidade esportiva. Além de lutador, ele era um treinador respeitado, com planos de construir um futuro estável para sua família. Isabela, que agora enfrenta a gestação sem o companheiro, destacou a importância do filho que carrega: “Era o nosso sonho e o milagre foi a concepção”, disse em entrevista ao portal aRede. A corrente de orações que mobilizou as redes sociais durante a internação do atleta reflete o carinho e a admiração que ele inspirava.
O corpo de Lucas foi encaminhado à Polícia Científica de Curitiba para exames, e detalhes sobre o sepultamento ainda não foram divulgados. A Panda Fight Team e colegas de treino, como o treinador Paulão Zenidim, prestaram homenagens emocionadas. “Se eu soubesse que o destino seria esse, teria escolhido o evento mais antigo da América Latina para encerrar sua carreira em pé”, escreveu Zenidim.
A tragédia reacende o debate sobre os riscos do boxe, mesmo em competições amadoras, e deixa um vazio em Ponta Grossa. Lucas Lazarini, que lutava por amor ao esporte e pelo futuro de sua família, deixa um legado de dedicação e sonhos que agora caberá à sua comunidade honrar.