WePink é proibida de fazer novas lives até comprovar que há estoque para atender pedidos, diz MP
Brasil – A empresa WePink, da influenciadora Virgínia Fonseca e do sócio Thiago Stabile, é proibida de fazer novas lives enquanto não comprovarem documentalmente a efetiva disponibilidade em estoque dos produtos que estão sendo ofertados. A decisão é através de uma liminar do Ministério Público. A multa em caso de descumprimento é de R$100 mil por live.
Ainda de acordo com a liminar, a empresa tem o prazo de 30 dias para criar e estruturar um Canal de Atendimento não automatizado (com atendimento humano). O serviço deverá estar disponível em múltiplos canais, sendo obrigatório o atendimento via telefone e apresentar resposta inicial para cada reclamação no prazo máximo de 24 horas.
Outras medidas que a WePink deve adotar de acordo com a liminar do MP:
- fornecer ao consumidor possibilidade de acompanhamento em tempo real da solução administrativa (processo de reembolso ou de rastreamento efetivo da entrega);
- informar o número de protocolo e a forma que o consumidor terá de acompanhar o andamento do protocolo (sms, e-mail, Whatsapp, etc);
- cancelamento ou reembolso de valores de produtos adquiridos, pelo exercício do direito de arrependimento, no prazo máximo de 15 (quinze) dias;
- publicar nas suas redes sociais e no site da empresa, de forma destacada no prazo de 10 dias corridos, informações sobre como os consumidores podem exercer seus direitos perante a empresa, indicado o “passo a passo” do modo de
- proceder cancelamento, troca, reembolso, assim como os respectivos prazos de atendimento e solução do problema;
- apresentar nos autos, no prazo de 30 (trinta) dias, relação completa de todas as reclamações constantes de seu sistema.
Entenda o caso
O MP abriu ação contra WePink, empresa da influenciadora Virginia Fonseca, depois que mais de 120 mil reclamações foram registradas em menos de 2 anos, de acordo com o Ministério Público de Goiás. Segundo o promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva, entre os problemas estão propaganda enganosa e censura nas redes sociais com a exclusão de reclamações (veja acima).
A ação foi protocolada na quarta-feira (8), em conjunto com o Procon. O órgão explicou que a estratégia de “flash sales” (ofertas-relâmpago) criou um senso artificial de urgência, induzindo à compra impulsiva e explorando a vulnerabilidade psicológica das pessoas. O uso da imagem da influenciadora agravou isso, pois milhares de seguidores confiam em sua recomendação, destacou o MP.
Veja as práticas abusivas listadas na ação:
- Falta de entrega de produtos: consumidores que pagaram pelos produtos e nunca receberam;
- Descumprimento de prazos: alguns atrasos ultrapassaram sete meses;
- Dificuldade de reembolso: resistência da empresa em devolver valores pagos;
- Atendimento deficiente: o sistema é automatizado, mas não resolve os problemas;
- Exclusão de críticas: a empresa removeu comentários negativos nas redes sociais;
- Produtos com defeito: os cosméticos chegam estragados na entrega e estão diferente do enunciado.