Banda de Black Metal do RJ usa foto de traficante decapitado como capa de disco e camiseta
Brasil – A banda carioca de Black Metal Gornan gerou grande polêmica nas redes sociais após divulgar peças promocionais usando a imagem da cabeça decapitado de Yago Ravel Rodrigues, faccionado do Comando Vermelho de 19 anos, morto em confronto com a polícia durante a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, no fim de outubro.
A fotografia, registrada na área de mata onde criminosos do Comando Vermelho tentaram fugir do cerco policial, foi transformada em arte de capa e estampa de camiseta da banda — prática criticada por familiares, movimentos de direitos humanos e até fãs do gênero extremo, que acusam o grupo de exploração sensacionalista e desrespeito à dignidade humana.
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Quem era o decapitado
Yago Ravel, apontado pelas forças de segurança como integrante do Comando Vermelho, foi encontrado morto e decapitado, vestindo roupas camufladas e portando armas em postagens feitas em suas redes sociais. Ele havia sido visto em vídeos circulando com fuzis e escondendo placas de motocicletas.
A família, no entanto, contesta o envolvimento do jovem com o crime. Em vídeo, uma tia afirmou que Ravel era “um menino do bem” e alegou que ele teria sido executado por policiais. “Ele não tinha antecedentes, não precisava disso”, disse.
A Polícia Civil contesta, mostrando perfis nas redes sociais de Ravel onde ele apareceria ostantando fuzis e fazendo sinais da facção. Além disso, os forças de segurança também afirmaram que a perícia determinará se a decapitação ocorreu antes ou depois da morte, e levantou a hipótese de que criminosos tenham mutilado o corpo para acusar os agentes de segurança.
Uso da imagem vira polêmica
O uso da imagem no material da banda dividiu opiniões. Para críticos, a atitude ultrapassa o limite artístico e transforma uma tragédia humana em produto comercial.
Especialistas apontam que o ato pode configurar vilipêndio de cadáver, caso tenha havido uso não autorizado de imagem de vítima. Juristas também citam possíveis violações de direitos de personalidade e legislação penal.
A banda não respondeu aos pedidos de posicionamento até o fechamento desta matéria. Em comentários online, integrantes defenderam a criação como “crítica social” e “manifestação contra o colapso urbano e moral do país”.
Contexto da operação
A operação policial, ocorrida em 28 de outubro, deixou dezenas de mortos e desencadeou intensa disputa narrativa. Moradores denunciaram execuções e torturas, enquanto autoridades afirmam que criminosos manipularam corpos, retirando roupas camufladas para simular vítimas inocentes e inflamar a opinião pública.
O caso segue sob investigação da 22ª DP (Penha) e do Instituto Médico Legal, que avalia as circunstâncias da morte e dos ferimentos.
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