Afonso Lobo diz que dono de jornal queria chantageá-lo para contratar empresa
Em entrevista ao programa ‘Manhã de Notícias’, da Rede Tiradentes, o secretário de Fazenda do Amazonas (Sefaz), Afonso Lobo, disse que Cyro Batará Anunciação, presidente do jornal Diário do Amazonas, tentou chantageá-lo para que contratasse uma empresa para monitorar o controle de combustível dos veículos do Governo do Estado.
Lobo foi a rádio dar explicações a respeito da manchete do jornal de Ciro Batará, publicada hoje com o título: “Afonso Lobo pagou ex-sócios que vendem ao Estado”. O secretário chamou de molecagem a atitude do empresário que, de acordo com ele, não tem a mínima condição de estar à frente de uma rede de comunicação.
Afonso Lobo disse a Ronaldo Tiradentes que Cyro foi várias vezes à Sefaz nos últimos meses para que a empresa fosse contratada. “Analisamos tudo e até conversei com o conselheiro Raimundo Michiles e ele nos lembrou o caso dos radares”, afirmou o secretário, informando que também foi consultada a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) que opinou pela não contratação porque a proposta era inconstitucional.
“Ele não queria apenas a contratação da empresa, mas queria também ser sócio do Estado”, disparou Lobo, afirmando que além do pagamento mensal de R$ 1,5 milhão, Cyro queria ter participação de 20% na arrecadação do Estado.
De acordo com Afonso Lobo, com a negativa do negócio, Cyro ficou revoltado e começou a ameaçá-lo e fazer chantagem do tipo: “Olha, vou soltar uma bomba contra você nos jornais”.
Em nota, Afonso Lobo esclarece que o fornecedor, contratado em licitação para prestar serviço ao Governo do Estado, recebeu valores de acordo com o que está publicado no Portal da Transparência e conforme o contrato firmado.
Lobo disse que é apenas sócio-cotista de uma empresa que não é a mesma que Cyro cita na matéria, como fornecedora de medicamentos. “Desde antes de ser secretário sou sócio minoritário de uma empresa de perfumaria. E não é a mesma que a matéria trata”.
Veja a Nota
Os dados são públicos. Desde o ano de 2003 a Junta Comercial do Amazonas (JUCEA) registra minha condição de sócio minoritário da Empresa Tapajós Perfumaria Ltda, portanto, muito antes de ocupar a função de Secretário de Fazenda, que exerço desde dezembro de 2012.
O quadro societário foi alterado em 23 de abril de 2010 com saída de sócios, e desde então os únicos sócios da Tapajós Perfumaria são Alfredo Torres Baima Filho (sócio-administrador) e Afonso Lobo Moraes (sócio-cotista), como pode ser verificado nos registros oficiais. Não há vínculo societário entre a Tapajós Perfumaria e a empresa Tapajós Medicamentos.
Fundamental esclarecer que a empresa Tapajós Perfumaria, do qual sou sócio minoritário, atua no ramo de comércio atacadista, destinado exclusivamente ao atendimento do setor privado, sem nunca ter tido contrato com quaisquer governos, sejam eles municipal, estadual e/ou federal.
Não é demais lembrar que se trata de atividade absolutamente lícita, e que não havendo relacionamento de fornecimento para o poder público, atende aos requisitos éticos necessários.
Não há vedação legal, o imperativo a observar é de natureza ética, o que pode ser verificado no caso presente. A simples situação de sócio cotista de iniciativa privada não representa em si, ilegalidade ou infração ética.
O Estado do Amazonas já teve Governadores e Secretários de Fazenda sócios, inclusive majoritários, de empresas privadas. De igual forma, o Secretário de Finanças do Município também o é, não havendo nada que, por si só, configure ilegalidade.
Afonso Lobo Moraes,
Secretário de Estado da Fazenda
Informações Fato Amazônico http://www.fatoamazonico.com/site/noticia/em-entrevista-a-rede-tiradentes–afonso-lobo-diz-que-dono-de-jornal-queria-chantagea-lo-para-contratar-empresa/
