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Manifestantes homenageiam ciclistas mortos no desabamento da ciclovia Tim Maia

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RIO – Cerca de cem pessoas realizaram um manifesto da praia de Ipanema à do Leblon na manhã deste domingo. O grupo reivindicou por punição aos responsáveis pela tragédia da ciclovia Tim Maia. A concentração começou no Arpoador às 10h30 e todos seguiram pela pista da orla, em silêncio.

O grupo, vestido de branco, levou cartazes impressos onde se liam 21 perguntas que foram, originalmente, endereçadas ao prefeito Eduardo Paes via email. Algumas das indagações eram: “Por que os projetos aprovados pela prefeitura não tem assinatura dos projetistas responsáveis?” e “Por que a obra começou antes da aprovação do projeto?”. Algumas assinaturas também foram recolhidas durante o trajeto. Dois carros da Polícia Militar acompanharam o caminho.

No fim, todos chegaram ao Mirante do Leblon, ao meio-dia, e realizaram uma homenagem às duas vítimas da tragédia — o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque e o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva — com uma salva de palmas e jogando rosas brancas ao mar. Enquanto a homenagem seguia, o saxofonista Guilherme Vianna tocava algumas das músicas que Eduardo gostava, como “Azul da cor do mar”, de Tim Maia, e “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos. Somente os familiares do engenheiro morto, como a sua ex-mulher, estiveram presentes no ato.

Além da punição, o grupo também pede por mais transparência nas averiguações, cobrando que os cidadãos tenham acesso aos laudos e relatórios do Crea e do Iphan, além do acesso à investigação criminal feita pela 15ª DP (Gávea), que está com o caso.

Na internet, uma petição também pede pela demolição de todo o trecho da ciclovia que vai do local do acidente até São Conrado. Até o momento, mais de 1.200 pessoas já assinaram. A criadora é a engenheira Ana Teresa Nadruz, que participou do protesto e questiona a forma que a obra foi feita.

— Este foi um projeto irresponsável que não analisou riscos, usando de uma estrutura pré-moldada fragilíssima e que não estava fixada. Queremos, desta vez, que se faça um estudo para realizar o novo trecho na encosta, e não na arrebentação. O problema de ressaca é eterno. Você pode refazer a estrutura o quanto for que a ressaca é muito violenta — disse.

As pessoas que compareceram se uniram por uma campanha articulada pela internet, através da página “NÃO vamos esquecer”. Na rede, o manifesto também teve a adesão de alguns artistas, como Bruno Mazzeo, Marcius Melhem e Luana Piovani. Uma das organizadoras, a comerciante Cláudia Medeiros, ficou satisfeita com o resultado e pretende realizar uma próxima na porta do Crea-RJ. Para isso, ela conta com a força da rede.

— O de hoje foi super positivo. Muita gente registrou, aplaudiu e seguiu com a gente. A ideia é realmente não esquecer. Quanto mais gente, melhor.

A designer Cláudia Lobato também é uma das articuladoras do movimento e informou que o prefeito Eduardo Paes vai marcar um encontro com o grupo ainda esta semana. Ela, que também é a autora dos cartazes, informa que eles não vão descansar enquanto não tiverem as perguntas respondidas.

— Meu marido era amigo do Eduardo há 35 anos e nós éramos bem próximos, mas o movimento está ganhando adesão de pessoas que nem conhecia os dois, pois esta tragédia é de todos.

INVESTIGAÇÕES

O Ministério Público vai convocar o ex-presidente da Fundação Geo-Rio, Márcio Machado, e os quatro engenheiros da comissão responsável pela fiscalização da execução da obra para prestarem depoimento. O objetivo é descobrir quem foi que determinou na prefeitura que a Geo-Rio contratasse e fiscalizasse a obra de engenharia civil sem ter nenhuma atribuição.


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