Sinteam cobra direitos atrasados e critica desrespeito do governador Wilson Lima no anúncio do projeto de reajuste salarial
Amazonas – O anúncio do governador Wilson Lima sobre o envio de um projeto de reajuste salarial dos servidores públicos à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) reacendeu a indignação dos trabalhadores da educação. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) denunciou o que chamou de “encenação política”, acusando o governo de promover um ato eleitoreiro e de excluir os representantes da categoria da reunião em que o tema foi tratado.
A presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, afirmou que a reunião convocada pelo governo não passou de um “faz de conta”. Segundo ela, os trabalhadores foram convidados por ofício, mas impedidos de entrar na sede do governo. “O circo estava armado. Não era negociação, era apenas um comunicado. Esta entidade não se presta a esse papel. Tudo o que os trabalhadores conquistaram foi fruto de luta nas ruas, e não de acordos de fachada”, declarou.
Ana Cristina também criticou duramente o presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade, que, segundo ela, tentou desqualificar a atuação do sindicato. “Um deles, Roberto Cidade, disse na Assembleia que estávamos atrapalhando o trabalho dele. Mas o que atrapalha é a falta de diálogo e o descumprimento das leis que garantem nossos direitos”, afirmou.
Na publicação que acompanhou o vídeo, o Sinteam destacou que o governo ainda não quitou a data-base de 2023, mantém parte de 2022 em atraso e não pagou o retroativo do reajuste deste ano. A entidade também denunciou a suspensão recorrente do plano de saúde, a falta de merenda escolar e o descumprimento do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).
O sindicato ainda criticou a Aleam por atuar de forma submissa ao Executivo. “O papel da Assembleia é fiscalizar, não aplaudir o governo. Fazer de 5,06% um grande anúncio é desrespeitoso com quem tem direitos atrasados há anos”, diz o texto. O Sinteam lembra que Wilson Lima nunca reajustou o vale-alimentação e já chegou a zerar contracheques de servidores em represália às manifestações da categoria.
A entidade reforçou que continuará vigilante e mobilizada. “Seguimos firmes na luta. 2026 está chegando, e os trabalhadores não esquecerão o que passaram de 2019 até agora”, finalizou o sindicato.
Veja vídeo:


