Saiba quem é o amazonense que vai lutar na guerra da Ucrânia; veja
Amazonas – O manauara Renato Belém Ramos, de 38 anos, vai trocar as câmeras de televisão pelo front de batalha. Conhecido por sua atuação como cinegrafista em emissoras locais — entre elas TV Amazonas, TV Norte e A Crítica — ele está entre os nove brasileiros que embarcam nesta segunda-feira (29) para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, grupo formado por estrangeiros voluntários para combater as forças russas.
De Manaus para o front
View this post on Instagram
Renato vinha tentando se alistar há meses e não escondia a motivação: o fator financeiro. Segundo ele, o soldo oferecido é atrativo, podendo variar conforme o tipo de missão.
“É também uma oportunidade de garantir uma vida melhor para mim e para minha família. O salário inicial gira em torno de 18 mil hryvnias, mas em operações especiais esse valor pode dobrar”, explicou em entrevista concedida antes da viagem.
O salário pode variar entre US$ 3 mil e US$ 5 mil por mês (entre R$ 16.700 e R$ 27.800). Entretanto, para receber os valores divulgados, é preciso trabalhar pelo menos 30 dias no front. Soldados que iniciam a jornada pelo período do treinamento, por exemplo, recebem US$ 490 (R$ 2.730).
Carreira e experiência militar
Antes da vida como cinegrafista, Renato passou pelo Exército Brasileiro no serviço obrigatório e chegou a ser convocado para a missão de paz da ONU no Haiti em 2008, experiência que considera decisiva para aceitar o novo desafio. Pai de dois filhos — uma menina de 12 anos e um rapaz de 19 — ele diz que a escolha foi difícil, mas necessária.
Guerra em escalada
O amazonense chega ao leste europeu em um momento de forte escalada do conflito. Somente neste domingo (28), ataques russos com drones e mísseis atingiram diferentes cidades ucranianas, resultando em pelo menos quatro mortes em Kiev — entre elas uma criança de 12 anos — e mais de 70 feridos em todo o país. A ofensiva durou cerca de 12 horas, e a Polônia chegou a mobilizar caças para resguardar seu espaço aéreo.
Enquanto as negociações diplomáticas seguem emperradas, o número de estrangeiros dispostos a integrar a guerra aumenta. No caso dos brasileiros, estima-se que ao menos 28 já perderam a vida desde o início da invasão.