Rota fluvial que conecta o Amazonas a três países será finalizada neste mês, afirma Simone Tebet
Amazonas – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou que uma das Rotas de Integração Sul-Americana será concluída ainda neste mês, com a finalização das obras de dragagem do Alto Solimões, no Amazonas. O trecho vai conectar o estado aos portos do Equador, Peru e Colômbia, fortalecendo o comércio regional e facilitando o escoamento de cargas para a Ásia, especialmente para a China.
De acordo com a ministra, até o fim de 2026 mais duas rotas devem ser concluídas. No total, o programa Rotas de Integração Sul-Americana prevê cinco grandes ligações terrestres e fluviais entre o Brasil e países vizinhos, impulsionando a integração econômica do continente.
Tebet destacou que há uma década a região era “absolutamente precária”, com ausência de alfândega, sinalização e segurança na fronteira, o que dificultava o transporte de cargas. A solução encontrada foi incluir as obras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A chamada “Rota 2”, por exemplo, contará com investimento total de R$ 3,8 bilhões, divididos igualmente entre recursos públicos e privados. Bancos da América Latina também têm colaborado no financiamento de obras complementares, como aeroportos em Tabatinga, Fonte Boa, Tefé, Coari e Manaus, portos de pequeno porte e infovias para ampliação do acesso à internet.
Ao todo, são 25 iniciativas em andamento na região. Segundo Tebet, a retomada de trechos da Rota 2 já gerou resultados expressivos: o volume de comércio registrado em um ano superou o acumulado dos sete anos anteriores.
A ministra também ressaltou o caráter sustentável da rota, que utiliza o transporte fluvial como alternativa menos poluente e permite o escoamento de produtos ecológicos e certificados da Amazônia para a Ásia e outros países sul-americanos.
O conjunto das rotas deve duplicar o comércio na América do Sul, segundo projeções preliminares do ministério. Estudos mais detalhados sobre os impactos econômicos serão realizados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
A iniciativa surgiu em maio de 2023, durante encontro de presidentes sul-americanos em Brasília, promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, os líderes regionais decidiram fortalecer a integração continental e melhorar a infraestrutura de transporte entre os países.
O Ministério do Planejamento foi encarregado de dialogar com os 11 estados brasileiros de fronteira para identificar as demandas locais e priorizar obras incluídas no Novo PAC. A partir desse levantamento, foram definidas cinco rotas principais:
Rota da Ilha das Guianas (conclusão prevista para 2026): abrange Amapá, Roraima, parte do Amazonas e do Pará, além da Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela;
Rota Amazônica (2025): conecta o Amazonas, Roraima, Pará e Amapá à Colômbia, Peru e Equador, por via fluvial;
Rota do Quadrante Rondon (2027): inclui Acre, Rondônia, parte do Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul;
Rota Bioceânica de Capricórnio (2026): passa por Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina;
Rota Bioceânica do Sul (2026): integra o Rio Grande do Sul e o sudoeste catarinense.
Veja projeto:


