Revista ‘Imaginarium’: jornalista Paula Litaiff é condenada em R$20 mil após criar fake news contra advogada
Manaus – A jornalista Paula Litaiff, editora-chefe da revista “Cenarium”, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 20 mil por danos morais à advogada Ana Paula da Silva Bezerra. A condenação, mantida mesmo após recurso, resultou de uma série de acusações difamatórias e infundadas publicadas pela jornalista, que tiveram ampla repercussão, incluindo reprodução pelo portal UOL.
Paula Litaiff acusou Ana Paula de litigância de má-fé, insinuando que a advogada havia enganado a Justiça ao defender uma matéria do Portal CM7 Brasil. Em suas alegações, Litaiff afirmou que Ana Paula teria usado sua influência para manipular o Judiciário, sem apresentar provas concretas para sustentar essas acusações graves.
Processo e Repercussão
Ana Paula, sentindo-se profundamente prejudicada pela difamação, entrou com uma ação de reparação de danos morais contra Paula Litaiff e a revista Cenarium. Para a defesa de Ana Paula, a publicação da revista Cenarium teve o claro objetivo de desqualificar sua imagem e reputação, o que foi exacerbado pela replicação da matéria no portal UOL, aumentando a repercussão negativa em âmbito nacional.
No dia 11 de junho de 2022, às 15h05, a advogada Ana Paula recebeu uma mensagem via WhatsApp de uma repórter da revista Cenarium, que trabalhava para Paula Litaiff, com o intuito de criar uma narrativa para difamá-la, insinuando que a advogada estaria envolvida em práticas fraudulentas e desvio ético-profissional, sem qualquer evidência que corroborasse tais alegações.
Mesmo sem obter resposta da advogada, a repórter publicou imediatamente a matéria difamatória. Na publicação, a imagem de Ana Paula foi exibida com a acusação de “Litigância de Má-Fé”.
A matéria sugeria que Ana Paula seria denunciada por manipulação processual, o que desqualificava totalmente sua imagem profissional. A advogada, com 13 anos de carreira pautada na ética e boa-fé, viu sua reputação ser questionada sem fundamento. A publicação teve graves consequências não só na vida profissional de Ana Paula, mas também na pessoal, afetando sua família e amigos.
O ataque à reputação de Ana Paula foi considerado injusto e cruel, atingindo não apenas a advogada, mas também a classe advocatícia como um todo. A publicação de acusações sem provas abriu um precedente perigoso, sugerindo que outros profissionais poderiam ser expostos de maneira semelhante, com graves consequências para suas vidas pessoais e profissionais.
Decisão Judicial
O juiz responsável pelo caso, ao analisar as evidências, decidiu em favor de Ana Paula, deferindo a tutela de urgência e concedendo os benefícios da justiça gratuita. Em sua decisão, ele reconheceu o abuso de liberdade de imprensa por parte da revista Cenarium e de Paula Litaiff. O magistrado destacou ainda que a liberdade de imprensa não é absoluta e deve respeitar os direitos de honra e imagem das pessoas.
Ele constatou que a matéria publicada extrapolou o dever de informar e configurou um ataque direto à honra e imagem da advogada, justificando a condenação por danos morais.
Condenação Mantida
Paula Litaiff, por sua vez, não aceitou as acusações e a condenação da Justiça, recorrendo da decisão, mas teve seu pedido rejeitado. A condenação da jornalista foi mantida, reforçando a importância da responsabilidade no exercício do jornalismo. O valor de R$ 20 mil fixado como indenização reflete a gravidade das acusações infundadas e o impacto negativo causado na vida profissional e pessoal de Ana Paula.
A matéria que feria a honra da advogada Ana Paula foi apagada tanto da revista Cenarium quanto do UOL, confirmando que as informações se tratavam de fake news.
Veja documento:
Apoio de colegas de profissão
Por mais que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tenha se calado diante do ataque direcionado a Ana Paula, um grupo de advogados, que compõe a Ordem Para Advocacia Amazonas, emitiu uma nota de solidariedade em apoio a advogada que foi vítima de Litaiff.
Veja: