Petrobras conclui com sucesso teste que pode liberar exploração de petróleo na Foz do Amazonas
Amazonas – A Petrobras deu mais um passo decisivo rumo à abertura de uma nova fronteira exploratória no Brasil. Nesta quarta-feira (27), às 16h25, foi concluída com sucesso a Avaliação Pré-Operacional (APO), última exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) antes da liberação da licença para perfuração do primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial.
O teste, realizado desde o último domingo (24), simulou cenários de emergência, como vazamento de óleo, falhas em equipamentos de segurança e resgate de animais marinhos. A operação mobilizou cerca de 400 profissionais, 13 embarcações e três aeronaves, em um ponto situado a 175 quilômetros da costa do Amapá e a mais de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas.
Segundo fontes ligadas à estatal, todos os procedimentos foram cumpridos dentro do planejado, o que gerou otimismo quanto à concessão da licença. “Foram muitos testes, e todos cumpridos”, disse uma pessoa envolvida na APO.
Centros de reabilitação de fauna
Como parte das exigências do Ibama, a Petrobras construiu dois Centros de Atendimento e Reabilitação de Fauna (CAF), em Oiapoque (AP) e Belém (PA). Estruturados como verdadeiros hospitais veterinários, os espaços contam com ambulatórios, salas de estabilização, centro cirúrgico e áreas específicas para tratamento de aves, tartarugas, golfinhos, peixes-boi e outros animais marinhos.
Apesar do avanço, o projeto ainda enfrenta resistência. Em 2023, o Ibama negou a primeira solicitação de licença, e um parecer técnico assinado por 26 especialistas voltou a recomendar a rejeição meses depois, sob o argumento de riscos ambientais à região. Mesmo assim, a direção do órgão decidiu dar novo prazo para a Petrobras responder aos questionamentos.
A Margem Equatorial — que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte — é considerada estratégica para a estatal. Sob a gestão de Magda Chambriard, a empresa busca repor reservas e reduzir a dependência futura do pré-sal, cuja produção deve começar a declinar a partir da próxima década.
Próximos passos
Após a conclusão da APO, o Ibama deve emitir um relatório técnico antes de decidir pela liberação da licença. Embora não haja prazo definido, em casos semelhantes, como o da Bacia Potiguar (RN) em 2023, a autorização foi concedida pouco tempo depois da avaliação.
A expectativa dentro da Petrobras é de que a licença seja concedida “a qualquer momento”. Caso isso ocorra, a estatal poderá iniciar a perfuração do primeiro poço na Foz do Amazonas, consolidando a Margem Equatorial como a mais nova fronteira exploratória de petróleo no país.