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“Motorista paga caro e não tem retorno”: Amazonas está entre os 4 estados com o IPVA mais caro do país

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“Motorista paga caro e não tem retorno”: Amazonas está entre os 4 estados com o IPVA mais caro do país

Amazonas – Os motoristas do Amazonas estão sentindo o peso de um dos IPVA mais caros do Brasil. Ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o estado cobra alíquotas de até 4% para carros de passeio acima de 1.000 cilindradas, tornando o imposto uma dor de cabeça para os contribuintes. Enquanto o governo arrecada valores recordes, muitos questionam: onde está o retorno para os motoristas?

Até 2022, o IPVA no Amazonas era de 2% para veículos de até 1.000 cilindradas e 3% para os mais potentes. Mudanças na legislação estadual, aprovadas em 2023 e 2024, elevaram essas taxas para 3% e 4%, respectivamente. O aumento, combinado à valorização dos carros usados, disparou o custo do imposto. Um exemplo é o Hyundai HB20 1.0, ano 2020: em 2022, com valor venal de R$ 52,5 mil, o IPVA era de R$ 1 mil. Em 2023, com o carro avaliado em R$ 57,6 mil e alíquota de 2,5%, o imposto subiu para R$ 1,4 mil. Em 2024, com valor venal de R$ 54,7 mil e alíquota de 3%, chegou a R$ 1,6 mil, valor mantido em 2025.

O governo estadual justificou o aumento como uma forma de compensar perdas na arrecadação do ICMS, reduzido de 25% para 18% por determinação federal em 2022, visando conter a inflação. Mesmo com uma compensação de R$ 27 bilhões repassada pelo governo federal aos estados em 2023, as alíquotas do IPVA no Amazonas permaneceram altas. Além disso, taxas do Detran-AM passaram a ser corrigidas anualmente pela inflação, com um reajuste de 5% em 2025, baseado no IPCA.

O impacto é claro na arrecadação: em 2024, o Amazonas coletou R$ 981 milhões com o IPVA, um salto de 140% em relação aos R$ 407 milhões de 2020. No entanto, motoristas reclamam da falta de contrapartida. “Pagamos um IPVA altíssimo, mas as ruas estão cheias de buracos, e o trânsito é um caos”, desabafa João Silva, motorista de Manaus. A insatisfação reflete a percepção de que os recursos arrecadados não se traduzem em melhorias visíveis nas vias ou nos serviços de trânsito.

Alíquotas de IPVA por estado:

Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas: 4%

Goiás: 3,75%

Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul: 3,5%

Alagoas: 3,25%

Rondônia, Distrito Federal, Roraima, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Amapá: 3%

Piauí, Maranhão, Sergipe, Bahia, Pará, Paraíba, Pernambuco: 2,5%

Acre, Espírito Santo, Santa Catarina, Tocantins: 2%

Impostos dobraram em menos de 5 anos

Até 2022, o IPVA no Amazonas era de 2% para veículos de até 1.000 cilindradas e 3% para os mais potentes. A partir de 2023, as alíquotas subiram para 2,5% e 3,5%, respectivamente, alcançando 3% e 4% em 2024. O aumento, aliado à valorização dos carros usados, elevou o imposto. Um Hyundai HB20 1.0, ano 2020, por exemplo, pagava R$ 1 mil de IPVA em 2022 (sobre R$ 52,5 mil). Em 2023, com valor venal de R$ 57,6 mil e alíquota de 2,5%, o imposto subiu para R$ 1,4 mil. Em 2024, com R$ 54,7 mil e alíquota de 3%, chegou a R$ 1,6 mil, mantido em 2025. Já um Toyota Yaris Hatch 1.5, ano 2019, com valor venal de R$ 66,4 mil, paga R$ 2,6 mil (4%), mas pode cair para R$ 2,1 mil com descontos do programa Bom Condutor (10%) e pagamento em cota única.

A arrecadação do IPVA no Amazonas mais que dobrou em cinco anos, saltando de R$ 407 milhões em 2020 para R$ 981 milhões em 2024, um aumento de 140%. Segundo a Sefaz-AM, o IPVA liderou o crescimento da receita tributária, que passou de R$ 12,3 bilhões em 2020 para R$ 18,5 bilhões em 2024. Outros tributos, como o ICMS (alta de 44,18%) e o IRRF (59,41%), também contribuíram. Em 2024, o ICMS rendeu R$ 15,6 bilhões, enquanto o IRRF arrecadou R$ 1,5 bilhão.



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