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Setembro Amarelo reforça a importância de quebrar tabus e pedir ajuda para alcançar a tão importante saúde mental

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Setembro Amarelo reforça a importância de quebrar tabus e pedir ajuda para alcançar a tão importante saúde mental

Manaus – Em um mundo onde o silêncio sobre questões emocionais ainda é um obstáculo, a campanha Setembro Amarelo surge como um convite à reflexão e à ação. Em Manaus, a mobilização ganha força com iniciativas que buscam desmistificar a saúde mental, quebrar tabus e incentivar o ato de pedir ajuda, reconhecido como um gesto de coragem. O medo do julgamento, a vergonha e os estigmas culturais continuam afastando muitas pessoas do cuidado psicológico, mas ações como as promovidas neste mês reforçam a importância de acolher e dialogar.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam a gravidade do cenário: anualmente, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio, e uma em cada oito convive com algum transtorno mental. Esses números destacam a urgência de promover o acesso ao cuidado e de desmontar preconceitos que associam a busca por ajuda a fraqueza ou “loucura”. “Muitas vezes, o peso da cobrança social e a falta de informação fazem com que o sofrimento seja escondido. Precisamos mostrar que pedir ajuda é um ato de coragem”, explica a psicóloga Raquel Ribeiro Hernandes, da Hapvida.

Ações locais e o papel da educação

Em Manaus, a campanha Setembro Amarelo tem mobilizado diferentes setores da sociedade. Um exemplo marcante ocorreu na escola municipal Jornalista Sabá Raposo, no bairro Manoa, zona Norte, onde a Secretaria Municipal de Educação (Semed) deu início às atividades da campanha no dia 10 de setembro. Com o tema “Valorização da Vida”, o evento reuniu cerca de 140 estudantes, professores e gestores em uma programação que incluiu palestras, coral, dança e apresentações culturais realizadas por alunos do 4º e 5º ano.

Para o subsecretário de Gestão Educacional, Arone Bentes, a iniciativa reforça o papel da escola como um espaço de formação integral. “A Semed tem trabalhado para promover o respeito e a empatia nas escolas, criando um ambiente onde os alunos se sintam seguros para expressar seus sentimentos”, afirmou. A gestora da escola, Gersyane Lima, complementou: “Queremos que nossos alunos saibam que nunca estão sozinhos e que a escola é um lugar de acolhimento.”

O estudante Natã Souza, de 11 anos, destacou o impacto da ação: “Participar da apresentação com música me fez aprender ainda mais sobre a importância de cuidar da saúde mental. Foi uma experiência muito legal.” As atividades na escola seguem ao longo do mês, com ações pedagógicas e campanhas internas que envolvem toda a comunidade escolar, fortalecendo a cultura da solidariedade e da valorização da vida.

Rompendo barreiras com diálogo e políticas públicas

A psicóloga Raquel Hernandes destaca que a conscientização começa com a escuta ativa e o acolhimento sem julgamentos. “A sociedade inteira precisa se envolver para quebrar o ciclo de estigmas. Isso inclui diálogo nas famílias, redes de apoio comunitárias e mais políticas públicas voltadas à saúde mental”, afirma. A OMS reforça que investir em saúde mental é também um investimento social: cada dólar aplicado no tratamento de depressão e ansiedade gera um retorno de quatro dólares em produtividade e qualidade de vida.

Em Manaus, a campanha Setembro Amarelo está presente em todas as unidades de ensino da rede municipal, com orientações da Gerência de Atividades Complementares e Projetos Especiais (GACPE) para a realização de ações que promovam o diálogo e a conscientização. Essas iniciativas buscam naturalizar o cuidado com a saúde mental, mostrando que ele é tão essencial quanto o cuidado com o corpo.

Um chamado à ação

O Setembro Amarelo é mais do que uma campanha; é um lembrete de que a saúde mental deve ser prioridade. Em Manaus, as ações nas escolas e nas comunidades reforçam a mensagem de que pedir ajuda é um passo fundamental para o bem-estar. Quebrar tabus, acolher sem julgar e promover o diálogo são atitudes que podem transformar vidas. Como diz a psicóloga Raquel Hernandes, “cuidar da mente é um ato de amor-próprio e uma responsabilidade coletiva”. Que este mês inspire ações contínuas para que a valorização da vida seja uma prática diária.





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