Sem salários e sem plano de saúde: vigilantes denunciam empresas por calote e ameaçam greve em Manaus
Manaus – Nesta terça-feira, 11 de fevereiro, às 8h, vigilantes de diversas empresas de segurança do Amazonas irão se reunir na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) para denunciar uma situação alarmante que tem afetado centenas de trabalhadores: a falta de pagamento de salários e a suspensão de benefícios essenciais. A mobilização tem como objetivo chamar atenção para o descaso das empresas Locati Segurança Patrimonial, Tawrus Segurança e Probank Segurança de Bens e Valores, que, segundo os próprios vigilantes, há meses, não cumprem com suas obrigações financeiras e comprometem a dignidade dos profissionais.
A situação chegou a um ponto insustentável, e a categoria ameaça entrar em greve geral caso as empresas não regularizem a situação imediatamente. Durante a reunião, os vigilantes serão apoiados pelo deputado estadual Wilker Barreto, que cederá parte do seu tempo na Assembleia para que os trabalhadores possam se manifestar e expor a gravidade do quadro.
“Estamos aqui para lutar pelos nossos direitos, não podemos mais permitir que nossas famílias sofram. Não é justo que nós, que trabalhamos incansavelmente para garantir a segurança da sociedade, sejamos tratados com total desrespeito”, desabafa um dos vigilantes afetados, que prefere manter sua identidade em sigilo devido ao temor de represálias.
A denúncia centraliza-se na falta de pagamento dos salários, o que já dura meses. Além disso, as empresas têm interrompido o plano de saúde dos funcionários, privando-os de um direito básico para a manutenção da saúde e bem-estar, ao alegarem que não têm recursos para arcar com esses custos. Entretanto, os trabalhadores afirmam que a alegação de falta de dinheiro é contraditória, pois alguns vigilantes têm recebido pagamentos de forma seletiva e presencial, enquanto a maioria segue sem receber, o que agrava ainda mais a crise financeira dos trabalhadores.
A indignação cresce à medida que a situação se arrasta sem solução. Muitos vigilantes relatam dificuldades extremas para sustentar suas famílias, e alguns têm enfrentado grandes desafios para garantir o mínimo para seus filhos, que, como contam, muitas vezes ficam sem alimento. O sentimento de revolta é generalizado, e a luta pela dignidade dos trabalhadores vai além da questão salarial, envolvendo a manutenção de direitos fundamentais, como a saúde e o sustento familiar.
A atuação das empresas também é questionada pelo fato de prestarem serviços para órgãos do governo do Estado do Amazonas, como praças e spas, e ainda assim não cumprirem com suas obrigações. A alegação de que não há recursos financeiros, portanto, não se sustenta diante do fato de que alguns trabalhadores continuam recebendo, enquanto a maioria permanece em um limbo de abandono.
O que se espera, agora, é que as empresas atendam ao chamado da Assembleia Legislativa e regularizem a situação de forma imediata. Caso contrário, os vigilantes estão decididos a seguir com a greve geral e buscar respaldo junto ao Sindicato dos Vigilantes do Amazonas para garantir que seus direitos sejam respeitados.
“Não vamos mais aceitar essa situação. Se for preciso, vamos até o sindicato para declarar a greve geral. Estamos lutando por um direito básico, que é o nosso pagamento, e a sociedade precisa entender que não é só um problema nosso, mas de toda a população que depende da nossa segurança para viver em paz”, finaliza o vigilante.
Greve anunciada
No mês passado, os vigilantes já haviam se reunido em frente à sede da Probank Segurança para cobrar o pagamento dos salários atrasados e tentar negociar uma solução. No entanto, a tentativa de diálogo foi infrutífera. Com a situação financeira se agravando e os salários continuando sem ser pagos, os trabalhadores decidiram agora levar o caso à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), buscando apoio e urgência para resolver a crise que enfrentam.
Veja o vídeo: